O problema financeiro do Hospital Santa Tereza, que teve uma solução paliativa em abril, veio à tona, novamente, nesta semana, em Guarapuava. Atualmente, uma das principais instituições de saúde da região possui um déficit de R$ 400 mil mensais, além de possuírem, também, uma dívida de cerca de R$ 800 mil com o corpo clínico do hospital. Frente à crise, três cirurgiões já pediram desligamento da instituição e outros médicos demonstram interesse em também se desligarem caso uma solução concreta não seja apresentada.
De acordo com o administrador do hospital, Newton Elias Gonçalves, os investimentos recentes anunciados pelo Governo do Estado para o Santa Tereza não suprem a necessidade da instituição para que os serviços continuem sendo prestados. O quadro econômico da instituição foi exposto por Newton em uma reunião de emergência nessa terça feira (5), na Câmara de Vereadores de Guarapuava, e reuniu diversas lideranças do município.
“O hospital recebeu 800 mil do Estado para quitar metade da dívida com o corpo clínico, em abril. Mas este valor foi apenas um adiantamento de recursos através da Secretaria de Saúde do Estado. Este valor não aumenta a nossa receita. Ele está sendo descontado em 10 parcelas de R$ 80 mil”. A dívida com o corpo clínico, em abril, era de R$ 1,6 milhão.
Quando o cenário de crise se potencializou, em abril, através da primeira manifestação dos médicos de possível desligamento em massa, além do adiantamento de R$ 800 mil, o Governo do Estado liberou também um recurso de R$ 300 mil para a implantação e manutenção do ambulatório de ortopedia no hospital. Deste valor, porém, o hospital gastará R$ 270 mil só para manter o ambulatório.
“Deste investimento, só temos uma receita de R$ 30 mil. Diante disso o hospital continua operando em déficit, não conseguindo pagar os médicos e manter outros serviços”.
REUNIÃO
Na reunião dessa terça feira (5), vereadores e outras lideranças políticas do município, como o secretário de saúde, Celso Góes, manifestaram interesse em realizar articulações para salvar o hospital, porém, até o momento, nenhuma medida concreta foi apresentada.
Para esta quarta (6), às 10h, foi marcada uma nova reunião na Câmara, agora com participação de empresários, diretores e funcionários do Santa Tereza, além de representantes da Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (ACIG).