Cristian Araújo e Michael Camargo, condenados pela morte do taxista Jerson Martins, em Guarapuava, se apresentaram de forma voluntária à Polícia Civil nesta semana. O primeiro a se entregar foi Michael, na tarde de segunda (24). Já Cristian compareceu ao plantão da 14ª Subdivisão Policial de Guarapuava no fim da tarde desta terça (25). Ambos foram acompanhados pelo advogado de defesa, o criminalista Marinaldo Rattes.
A apresentação oficial dos dois ocorre após ampla repercussão nas redes sociais e na imprensa sobre o caso, que voltou ao centro do debate jurídico no Paraná. Na segunda, a Polícia Civil havia divulgado novamente fotos dos dois homens pedindo apoio da população para encontrá-los. Logo depois, o advogado Marinaldo Rattes publicou um vídeo em defesa dos clientes. Ele classifica a condenação como um erro judicial e aponta falhas no reconhecimento de suspeitos e na fragilidade das provas.
De acordo com a defesa, Cristian e Michael sempre colaboraram com o processo e chegaram a ficar presos em fases anteriores da investigação. Ainda assim, optaram agora por se apresentar formalmente, mesmo com recursos pendentes de julgamento em tribunais superiores. “Embora sejam robustas as provas de que eles não cometeram o crime, entendeu a defesa ser necessário contribuir e cumprir as ordens judiciais”, explicou Rattes ao Portal RSN.
Atualmente, tramitam dois recursos: uma revisão criminal no Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) — que já conta com parecer favorável do Ministério Público pela absolvição — e um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Para o criminalista, a apresentação dos réus dá mais credibilidade ao pedido de revisão e pode acelerar o julgamento. “Os processos de réus presos têm preferência nos tribunais.”
Conforme boletins de ocorrência obtidos pelo RSN, tanto Michael quanto Cristian se apresentaram de forma espontânea, acompanhados do advogado, e sem apresentar lesões ou resistir à abordagem. O mandado de prisão foi cumprido conforme o protocolo e os dois seguem à disposição da Justiça.
A defesa sustenta que a condenação se baseou em provas frágeis, sem elementos que comprovem a participação dos réus no homicídio. “A absolvição dos recorrentes corrige os possíveis equívocos que ocorreram durante a instrução do processo, julgado sem qualquer prova cabal da participação do Cristian e do Michael no crime imputado na sentença criminal”, finaliza Rattes.
O crime que vitimou o taxista Jerson Martins ocorreu em 2017. Desde então, o caso teve desdobramentos que seguem sendo questionados pela defesa, especialmente no que se refere ao reconhecimento de suspeitos, apontado como irregular.
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