Educação Guarapuava

Curso da Faculdade Guarapuava contribui com a causa animal na Região

De acordo com Camila Ueno, que coordena o curso e o Centro Médico Veterinário, trata-se também do aprendizado prático do acadêmico

Por Cristina Esteche
13/08/2021

Curso é coordenado pela médica-veterinária Camila Ueno (Foto: Divulgação/FG)

Diz a lenda que agosto, em curso é o mês de ‘cachorro louco’. Trata-se, no entanto, de um mito ainda seja preservado por pessoas de mais idade em Guarapuava e Região. Mas segundo a coordenadora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Guarapuava, Camila Ueno, é neste período que há uma tendência de as fêmeas entrarem no cio. E esse fato gera euforia entre os machos. O que causa mais brigas entre esses animais.

Entretanto, mito à parte, o controle de natalidade de pets é uma necessidade. E mais do que isso. Agora ficou mais fácil cuidar do bichinho de estimação. É que a Faculdade Guarapuava conta com o Centro de Ciências Agrárias. Esse complexo é composto por duas unidades: o Centro Médico Veterinário e a Área Experimental de Agronomia.

Conforme o diretor geral da Instituição, Leonardo B. Mattos Leão, ambos destinam-se às atividades de ensino, pesquisa e extensão dos alunos e professores. “Desenvolvemos um trabalho, com foco principalmente, no atendimento à comunidade local e regional. Estamos com uma parceria com a Câmara de Vereadores de Turvo, por exemplo”.

PERTINHO DO CENTRO DA CIDADE

Localizado perto da Residencial 2000, com acesso pela XV de Novembro, numa área de mil metros quadrados, o Centro Médico Veterinário é completo. Possui clínica médica e cirúrgica, laboratórios de análises clínicas e de reprodução animal. Assim como diagnóstico por imagens e atendimento para animais de companhia e de produção.

É lá que cães e gatos passam por esterilização cirúrgica, por exemplo. De acordo com as normas, o atendimento à comunidade é de forma particular. Porém, em casos que o animal seja de pessoa que tenha baixa renda, após análise socioeconômica, o atendimento poder ter baixo custo. Entretanto, o atendimento se estende também a outros animais, tanto de pequeno quanto de grande porte. Estes últimos, animais de produção, como equinos e bovinos.

Alunos em aula prática junto com professores especializados (Foto: Divulgação/FG)

RESPONSABILIDADE SOCIAL

De acordo com Camila Ueno, que coordena o Centro Médico Veterinário, essa prestação de serviço, além do aprendizado prático do acadêmico, é um serviço prestado à sociedade. “Dados da Organização Mundial de Saúde de 2028 apontam para a existência de mais de 30 milhões de animais nas ruas nas cidades brasileiras”. Em Guarapuava, segundo o Canil Municipal, estimativas apontam para cerca de 30 mil animais soltos nas ruas. Em 2020, reportagem do Portal RSN, mostrava a existência de 25 mil cães abandonados na cidade. E hoje no Canil existem cerca de 200 cães para adoção.

MUTIRÕES

E para evitar que a proliferação de animais abandonados aumente a cada cio, há a atuação da Faculdade Guarapuava. A Instituição colabora em projetos sociais das ONGS destinadas à causa animal. “Fazemos dois mutirões anuais para castração. Essas ações são em parceria com essas entidades. Pois elas têm acesso aos cuidadores que precisam de ajuda”.

Mas além da série de benefícios para a sociedade, a castração beneficia, principalmente, os animais. Um deles é evitar doenças e assim prolongar a vida do pet. Conforme Camila, a Piometra é uma infecção uterina que acomete cadelas adultas não castradas. Surge após o cio. Segundo a veterinária, ocorre devido a um estímulo hormonal constante. O torna o útero mais susceptível à contaminação bacteriana. “O tratamento para esses casos é cirúrgico. Removemos os ovários e o útero infeccionados. Assim evitamos que a infecção se espalhe pelo organismo do animal e acometa outros órgãos como os rins e o fígado”.

Segundo a médica veterinária, a castração também previne o câncer. Nos machos a doença aparece na próstata. Além disso, ajuda a diminuir a agressividade do animal, que não terá mais a necessidade de ‘marcar território’.