22/08/2023
Cotidiano

Danceteria “inferniza” moradores no centro de Guarapuava

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Moradores no entorno de uma  danceteria, no centro de Guarapuava, não estão suportando o barulho nas madrugadas durante os finais de semana. Para agravar ainda mais a situação tão logo os bailes acabam grande parte dos freqüentadores se aglomeravam em frente às casas e aos estabelecimentos comerciais existentes, principalmente, na Rua Vicente Machado, na quadra da danceteria, promovem vandalismos, brigas que causam até mortes.
“Não estamos mais suportando essa situação. Na madrugada de hoje (segunda-feira, 11) quebraram o vidro de uma das lojas e tentaram entrar. A situação está insuportável”, disse o aposentado Osni Araújo Cordeiro à RSN nesta segunda-feira (11).
“Só não entraram na minha loja porque não conseguiram abrir a grade interna de proteção”, afirma Bernadete Alves dos Santos, dona da loja danificada durante uma briga.
“Nós não dormimos há quase cinco anos. É muito barulho, é muita briga. Já vimos o sangue escorrendo pelo asfalto, saindo de corpos que foram mortos aí na rua”, comenta a esposa do “seo” Osni. De acordo com o comerciante, 14 pessoas, “todas adolescentes” já foram mortos em brigas provocadas dentro da danceteria.
Como se não bastasse a algazarra que toma conta da Rua Vicente Machado nas proximidades da danceteria, o lixo e a sujeira se acumulam em frente às lojas e residências.
“Não suportamos o cheiro de urina e de outras coisas”, reclama Bernadete.
A “margarida” (denominação dada às mulheres da limpeza pública) que varria aquele trecho da rua na manhã desta segunda-feira confirma as denúncias.
“No domingo eu junto garrafa quebrada, copos, sacolas, camisinhas (preservativos) e já achei até cachimbo de fumar crack. Na segunda-feira junto tudo de novo”, comentou a servidora pública municipal. Há consumo de droga e até sexo.
“Há quase cinco anos vivemos essa situação. Ontem (domingo) mesmo fui levar meu filho na rodoviária às 2 horas da manhã e quando voltei para casa vi um rapaz esganando uma moça que gritava sem parar”, diz o advogado Carlos Augusto Lacerda que já presidiu a Associação de Moradores do Centro de Guarapuava. A entidade foi criada por causa do mesmo problema que se “arrasta” desde 2004.
“Largamos da associação porque cansamos de bater de porta em porta. Já fomos na Prefeitura, na Vigilância Sanitária, no Ministério Público, na Polícia Militar e a situação continua a mesma”, reclama Lacerda.
Os moradores também reclamam da falta de policiamento após o fechamento da Danceteria. “A polícia só faz ronda enquanto os bailes estão acontecendo. Quando as portas são fechadas não aparece nenhuma viatura e é justamente quando começam as brigas”, diz Osni.
Policiais Militares que chegaram no local para fazer o Boletim de Ocorrência nesta segunda-feira (11) disseram à RSN que após o final dos bailes as pessoas são dispersadas e que só retornam ao local quando são chamados e quando há disponibilidade de viaturas. “Temos apenas três viaturas para atender 180 mil habitantes e nos finais de semana estamos, principalmente, na Rua XV de Novembro onde há muita concentração de pessoas”, afirmou referindo-se ao “Bobódromo”.
A RSN tentou entrar em contato com os proprietários da danceteria, mas não obteve êxito.

Cristina Esteche

Jornalista

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