Deputados desconfiam de “pacote de bondades” do governador Requião

Curitiba – Os diversos projetos enviados pelo governador Roberto Requião à Assembleia, nesses últimos dias de governo, tem causado estranheza aos deputados. Nesta quarta-feira (10), quatro novas mensagens foram encaminhadas para análise do Legislativo. Elas prevêem o reajuste de 5% aos servidores, equiparação salarial da Policia Civil aos agentes do quadro próprio do Executivo, equiparação salarial para cargos com mesmo nível de ensino, além da unificação dos vencimentos dos policiais militares.
O líder da Oposição, deputado Élio Rusch (DEM), acredita que as últimas ações do governador Roberto Requião na administração estadual poderão “engessar” as futuras administrações.
“Ele primeiro quis eternizar os programas sociais, agora, no apagar das luzes, quer fazer a reforma salarial dos servidores do Estado”, declarou.
Rusch considera os projetos necessários, mas alertou para o fato de que foram enviados no último mês de administração do governador Requião.
“Por que enviar agora nos últimos dias de seu mandato?”, questionou. “Ele ficou sete anos no governo, teve tempo suficiente para fazer e não fez. Os aumentos concedidos só serão efetivamente pagos se houver disponibilidade financeira. A equiparação salarial dos servidores, civis e militares, ocorrerá em um prazo de seis anos, ou seja, ficará a cargo da próxima administração”, completou.
O deputado Valdir Rossoni (PSDB) disse que os projetos devem ser analisados com cautela. “Tenho a preocupação de que essa iniciativa seja uma armadilha para o próximo governador”, disse.
Rossoni ressaltou que o envio desses projetos, em final de governo, tem viés eleitoreiro. “Os aumentos serão escalonados e as datas não foram totalmente definidas. O governador só enviou essas mensagens como forma de escapar da pressão dos servidores do Estado. Ele não terá tempo hábil para efetivar essas alterações e os servidores serão enrolados até dezembro quando acaba definitivamente esse governo”.