22/08/2023
Agronegócio

Dias de campo regionalizados registram boa presença de cooperados da Agrária

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Guarapuava – A Agrária apresenta os resultados e cultivares de soja recomendadas pela Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA) para o plantio na próxima safra de verão (2009/2010), resultados de ensaios comerciais para comparação de híbridos de milho convencional e transgênico e resultados de ensaios sobre adubação foliar. Para isso, realizou ias de campo regionalizados nos dias 7 e 17.
Realizados duas vezes por ano (no primeiro semestre, abordando culturas de verão e, no segundo, culturas de inverno), os eventos divulgam pesquisas que a FAPA realiza na área de atuação da Cooperativa para levantamento de dados regionais sobre o comportamento tanto dos híbridos de milho e das cultivares de soja, trigo e cevada mais plantadas pelos cooperados, quanto dos materiais recentemente lançados no mercado.
No dia 7, 24 cooperados estiveram presentes ao evento. Ao lado de lavouras experimentais e ensaios, pesquisadores conversaram com os participantes sobre os resultados obtidos. A programação começou por volta das 14h, na Fazenda Santa Rita (Wilibaldo Stutz), na localidade de Guairacá, prosseguiu na Fazenda Santa Rita (Grupo Erich Leh), em Guarapuava, e se encerrou na Fazenda Nova Estância (Manfred Majowski), em Goioxim.
Na segunda etapa, dia 17, o foco, no campo, foi a cultura da soja. Um total de 43 cooperados participou de uma programação que teve início às 14h na Fazenda Carolina (Carolina Remlinger), continuou na Fazenda Fundo Grande (Família Naiverht) e terminou no final da tarde, na Agropecuária São Pedro (Paul Illich), em Candói, com palestras dos pesquisadores Vitor Spader, Sandra Mara Vieira Fontoura e Celso Wobeto.
Para Vitor Spader, que considerou muito bom o comparecimento dos associados da Agrária nas duas etapas do evento, os dias de campo regionalizados vêm ganhando maior importância nos últimos anos. “Quando nós começamos, tinha às vezes pouca gente e hoje são mais de 40 pessoas”, analisou, avaliando que os encontros proporcionam mais tempo para a troca de idéias entre participantes e pesquisadores. “É onde os cooperados decidem o que plantar, tem bastante informação útil”, declarou o pesquisador, que apresentou cultivares de soja convencional e transgênica recomendadas para a próxima safra e suas diversas características. Vitor Spader destacou que, para facilitar a compreensão da pesquisa e orientar o cooperado, resumiu os principais resultados de seu trabalho em tabelas simplificadas. Os quadros apresentam de cada cultivar dados como potencial produtivo, ciclo, população de plantas por hectare e época de semeadura, entre outras informações (as tabelas já foram disponibilizadas aos agrônomos da Assistência Técnica da Cooperativa).
Enfocando adubação foliar, a pesquisadora Sandra Mara relatou que a FAPA decidiu realizar novo estudo sobre o assunto porque se tem verificado um aumento no uso de produtos para aquele tipo de adubação. Para uma maior abrangência de solo e clima, o trabalho se desenvolveu em 6 locais: FAPA, Candói, Pinhão, Taguá, Vitória e Goioxim. Segundo ela, foram utilizados produtos com zinco e manganês, mas não houve resposta nem no milho nem na soja. Mas no âmbito de outro tema abordado por ela, o posicionamento de cultivares conforme a fertilidade do solo, Sandra Mara informou que “os novos materiais tiveram uma resposta diferenciada”. A lista das cultivares utilizadas na pesquisa, apresentada aos cooperados que participaram do Dia de Campo Regionalizado, será divulgada pela FAPA neste dia 22/4, em painéis no saguão da Assistência Técnica, no prédio administrativo da Cooperativa. “Os agrônomos também vão receber esta lista”, complementou a pesquisadora.
Responsável pelos ensaios que a FAPA desenvolveu em parceria com 7 empresas de sementes, abrangendo híbridos em geral (convencionais e transgênicos) e comparações entre versões convencionais e transgênicas de um mesmo híbrido, o pesquisador Celso Wobeto opinou que os dias de campo regionais são “um complemento” ao Dia de Campo de Verão da Agrária (este ano, realizado nos dias 25 e 26 de março) que acontecem na FAPA, no distrito de Entre Rios. Ele ressaltou a importância de participar, recordando que, em alguns casos, nos encontros regionalizados já é possível apresentar resultados que ainda não estão disponíveis no Dia de Campo de Verão.
Confrontando números, ele assinalou que 6 transgênicos testados em 6 locais diferentes apresentaram produtividade média 4% maior do que a dos convencionais, mas sublinhou que, mesmo entre eles, existem diferenças. Ao mesmo tempo, a pesquisa indica que, até agora, alguns híbridos convencionais se mostram tão produtivos quanto os geneticamente modificados. Celso Wobeto pondera que, por um lado, o produtor não deve imaginar que a lavoura produzirá necessariamente mais “só porque o milho é Bt”, mas destaca que em alguns materiais a modificação genética tem resultado em uma significativa elevação de produtividade, enquanto em outros o aumento é menor. Para ele, é importante observar o que acontecerá no segmento: “A expectativa é de que esta tecnologia seja incorporada nos híbridos de alto potencial”.
Em sua palestra, o pesquisador também enfatizou a necessidade de se plantar milho Bt dentro das recomendações legais e técnicas. Celso Wobeto explicou que é preciso cultivar milho geneticamente modificado respeitando-se a lei da coexistência e divulgou a campanha que a Abrasem vem realizando para que os produtores, em todo o país, plantem aqueles híbridos adotando o procedimento técnico do “refúgio” (área de no mínimo 10% do total da lavoura semeada com material convencional). O refúgio, frisou, ajuda a manter a eficiência da tecnologia Bt, evitando o surgimento de pragas resistentes ao milho geneticamente modificado.
(Da assessoria)

Cristina Esteche

Jornalista

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