22/08/2023
Guarapuava Saúde

Dislexia atinge mais de 5% da população mundial

imagem-115897

Da Redação, com P+G Comunicação Integrada

Guarapuava – Atualmente a dislexia atinge mais de 5% da população mundial, segundo dados da Associação Brasileira de Dislexia. A dislexia é um distúrbio genético e neurobiológico, que não tem ligação alguma com a preguiça, falta de atenção ou má educação, portanto não deve ser tratada como doença. O que acontece com a pessoa que tem dislexia é uma desordem das informações recebidas, que acabam inibindo o processo de entendimento das letras e interferindo na escrita. O processo de leitura e escrita, por exemplo, exige duas funções do cérebro, e o disléxico possui uma limitação em uma delas. 

Dificuldades para ler, escrever ou soletrar podem ser sinais de alerta. Segundo a psicopedagoga, especialista em educação especial e em gestão escolar, Ana Regina Caminha Braga, os sintomas da dislexia variam de pessoa para pessoa e de acordo com o grau do distúrbio. “A criança com dislexia tem certa dificuldade em decodificar as letras.  Os disléxicos não associam com facilidade símbolos gráficos e letras aos sons que representam”, explica.

Outro problema relacionado à dislexia é o seu próprio diagnóstico, já que ele só consegue ser feito após a alfabetização da criança; porém, a especialista alerta que é bom ficar de olho, pois é a partir do quarto ano de vida que os pequenos começam a dar indícios de uma possível  dificuldade. 

Para chegar no diagnóstico são descartadas algumas possibilidades como a dificuldade ou deficiência visual e/ou educação inadequada. Após esse levantamento, inicia-se o tratamento, que geralmente acontece com a participação de uma equipe multidisciplinar com fonoaudiólogo, psicólogo e neurologista. Segundo Ana Regina, a dislexia pode ser tratada e acompanhada e assim ser controlada de maneira eficaz já na infância, evitando que ela prejudique a vida adulta dos sujeitos em atendimento. “Depois do diagnóstico, a dislexia diminui com o acompanhamento e tratamento adequados, além do monitoramento dos resultados da criança no âmbito escolar. Uma porcentagem considerável consegue melhorar significativamente o quadro. Caso esse acompanhamento não seja feito, a dislexia pode continuar sem mudanças na vida adulta dessas pessoas”, comenta.

Quanto antes a família e/ou responsáveis tomarem as providências e procurarem os profissionais adequadas os resultados serão mais favoráveis. A demora nesse processo pode acarretar em consequências na vida e autoestima da criança, a qual pode de alguma maneira interferir na atuação dela com os colegas. Um dificultador para o tratamento pode ser o próprio pai/responsável, que por vezes chegam no consultório médico com falas inadequadas, como por exemplo: meu filho é preguiçoso”, explica a especialista.

Para finalizar, Ana Regina lembra que o professor também precisa estar atento às atitudes de seus alunos, para que possa perceber as dificuldades de cada criança quanto à aprendizagem e dessa forma comunicar a equipe pedagógica e estudar o caminho para chamar os responsáveis e contribuir no que for necessário durante o acompanhamento. “O papel do professor é fundamental nesse momento, pois ele precisa estar atento às atitudes dos alunos e ao menor sinal de problema, isso deve ser repassado aos pais/responsáveis, para que essa criança possa ser encaminhada para o tratamento adequado e sem maiores prejuízos”, esclarece.

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.