“E aí, guria?”. Essa foi a última saudação que ouvi de Jauri Gomes na última semana. Ele já não tinha mais a vivacidade na voz e por mais que tentasse, a maneira de falar o traía ao expor a fragilidade da sua saúde. Mesmo assim, ele se agarrava ao fio de vida com a mesma garra que teve ao enfrentar a doença que o consumia desde 2014.
Jauri enfrentou cirurgias, sessões de quimioterapia, enfrentou dores as quais não conseguimos dimensionar, mas “sacudiu a poeira” e continuou lutando. Se agarrou ao que pode para viver e o fez intensamente.
Comandou o 'Bolicho da T', programa levado ao ar de segunda a sexta, das 18h às 19h; apresentou o 'T News', das 7h15 às 8h, e continuava com a esposa Mônica das 8h às 10h, levando a alegria aos milhares de ouvintes que o seguiam por este mundão afora, afinal a net permite isso.
Confesso que nunca vi tanta vontade de viver e tanta força acumuladas numa única pessoa. As piadas, as músicas que cantava, a maneira como comunicava, a sua fé explícita em Nossa Senhora de Belém eram parte de um todo que deixou marcas. Afinal, o homem constrói a sua trajetória a partir do que é, dos seus atos, das suas ações, do que e como faz. É isso que entendo como imortalidade.
A voz de Jauri Gomes se calou na manhã desta quinta feira de Páscoa. A matéria se vai, mas fica o exemplo de um homem que teve a estranha mania de ter fé na vida.