Embora ocorra com mais frequência entre quatro paredes, marcas expostas pelo corpo mostram que algo está fora do contexto. E atenção: são, principalmente, os jovens e adolescentes que precisam de ajuda. De acordo com a Sociedade Brasileira de Psiquiatria, os jovens estão suscetíveis às mudanças fisiológicas que são características da fase de amadurecimento físico e psíquico.
Mas quem convive com um adolescente sabe que as mudanças nem sempre são fáceis. “Nós sabemos que tudo isso vai passar, mas para isso precisamos trabalhar juntos em prol da criança ou do jovem que está precisando da nossa ajuda”. Conforme a SBP, é preciso identificar quando o jovem precisa de ajuda.
Sabemos que essas mudanças fisiológicas podem ser um dos fatores que levam ao desencadeamento de doença psiquiátrica. É um gatilho para a pessoa que tem predisposição genética para desenvolver doença mental. Por isso devemos ficar atentos a alguns sinais.
De acordo com o vice-presidente da Sociedade Paranaense de Psiquiatria, Cleber Ferreira, em primeiro lugar, é necessária a observação. “Os pais precisam perceber as mudanças de comportamento dos filhos. Os sinais que crianças e adolescentes emitem quando estão passando por algum problema”.
Alguns destes comportamentos são o isolamento, impulsividade, tristeza constante e distorção de imagem corporal. Segundo a SBP, surge, também, a dificuldade de relacionamento com pessoas da mesma idade, insegurança e queda no desempenho escolar. Além de crises de raiva, baixa autoestima, atração por comportamentos de risco, entre outros.
AUTOMUTILAÇÃO
As marcas no corpo decorrentes de automutilação são definidas pela Sociedade Brasileira de Psiquiatria como
“Qualquer comportamento intencional envolvendo agressão direta ao próprio corpo sem intenção consciente de suicídio, mas que é considerado fator de risco para o suicídio”
Conforme a SBP, ao lidar com as frustrações ou quando estão vivendo situações extremas, os jovens podem recorrer a comportamentos de risco e agressivos. Seja com outras pessoas, seja consigo mesmos.
Por isso, é preciso ficar atento aos seguintes comportamentos: consumo de álcool e outras drogas, começo de vida sexual precoce e, principalmente, as lesões que nunca cicatrizam. Ou ainda, arranhões, falta de cabelo em locais específicos da cabeça, mordidas, manchas e queimaduras que sempre surgem sem explicação.
Mas, atenção! Muitas vezes, essas lesões ficam em locais escondidos, nem sempre são nos braços ou pernas.
De acordo com a SBP, a intensidade, repetição e continuidade também são importantes para o diagnóstico.
A automutilação é muito grave, por isso nunca deve ser considerada exagero ou ‘frescura’. Os comportamentos auto agressivos precisam ser tratados com médico psiquiatra e terapia sob o risco de, se não tratados, podem levar ao suicídio.
A ABORDAGEM
A informação correta com orientação especializada é sempre o melhor caminho. Os pais, responsáveis e educadores precisam estar atentos para debater essas questões. Segundo a SBP, ter o diagnóstico da doença mental é o mais importante para avaliar a automutilação. Entretanto, existem dois fatores de risco da automutilação que podem ser observados e combatidos.
Trata-se do uso de drogas e o ‘bullying’. Portanto, esses temas devem ser presentes nas conversas em família e também nos debates nas escolas.
Os professores, caso percebam que a criança e ou o adolescente apresentem sintomas de doenças psiquiátricas, é importante que alertem os pais para que possam buscar ajuda profissional adequada.
EM GUARAPUAVA
A partir desta quarta (1º) prédios públicos e privados trocam a iluminação tradicional pela cor amarela em Guarapuava. A ação atende apelo da Sociedade Brasileira de Psiquiatria em todo o país. A entidade instituiu o mês (setembro) para informar sobre as consequências drásticas da depressão.
Embora a pauta seja recorrente no Portal RSN, por entender que o suicídio é uma questão de saúde pública, o Departamento de Jornalismo intensifica as informações neste período. Além disso, também adere ao chamado da Rádio T no Paraná. Uma ‘força-tarefa’ reúne 17 parcerias na cidade.
A ideia é que, no dia 10 de setembro, Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, o amarelo seja destaque nas fachadas para chamar a atenção para o tema.
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