A eleição para a presidência da Câmara de Vereadores de Guarapuava está marcada por intensas articulações que extrapolam o cenário municipal, envolvendo figuras influentes do Estado. A disputa reflete não apenas o interesse no comando legislativo, mas também estratégias para fortalecimento político em esferas mais amplas. Todos sabem que o Executivo depende do Legislativo para ter governabilidade. E olha que há muitas coisas em jogo.
MOVIMENTAÇÕES
Márcio Carneiro, do Cidadania, declarou apoio ao prefeito eleito Denilson Baitala, do PL, para fortalecer a candidatura à presidência da Câmara de Guarapuava. A estratégia inclui conversa com o deputado estadual Dr. Antenor, do PT, partido que enfrentou oposição ferrenha de Baitala na campanha. Uma possibilidade ventilada por Carneiro é lançar uma das vereadoras petistas — Cris Wainer ou Professora Terezinha — como candidata à presidência, fragmentando a base de Pedro Moraes (MDB) e favorecendo Carneiro. Contudo, se trata de uma negociação considerada inviável, já que PT poderia facilitar a derrota de Pedro e entregar, dessa forma, a Presidência ao grupo que assumirá a Prefeitura em 2025.
Paralelamente, o deputado Artagão Júnior (PSD), aliado de Baitala, busca apoio de lideranças estaduais do MDB. Propostas envolvendo cargos na Mesa Executiva têm sido discutidas, mas ainda não convenceram o grupo local. Além disso, outros nomes da base de Baitala — como Professor Saulo, Nego Silvio e Rodrigo Crema — são considerados alternativas para consolidar o apoio necessário.
RESISTÊNCIAS E TENSÕES
Pedro Moraes, atual presidente da Câmara, resiste às pressões para desistir da reeleição, mas enfrenta dificuldades, principalmente com o PT, após desentendimentos herdados da campanha. Durante o pleito, Moraes foi cotado para compor com Dr. Antenor, mas manteve lealdade ao atual prefeito, Celso Góes.
Góes, por sua vez, é uma figura central. Em recente reunião com Baitala, recebeu uma proposta estratégica que pode impactar diretamente o legado político dele. A decisão, aguardada para os próximos dias, terá reflexos importantes no equilíbrio de forças do Legislativo.
CENÁRIO FRAGMENTADO
A disputa pela presidência da Câmara reflete um ambiente de fragmentação e negociações inusitadas. O desfecho será um termômetro das alianças políticas em Guarapuava e dependerá da habilidade das lideranças em construir consensos. A busca por governabilidade poderá aproximar Baitala da base de Celso Góes ou, de forma surpreendente, até do Partido dos Trabalhadores, redesenhando o cenário político local.
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