22/08/2023
Guarapuava

Eles passarão… nós, passarinhos

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Um dia meu guru Dada Pavanananda me perguntou se eu sabia qual era a maior virtude de um jornalista. Confesso que pensei, pensei, e não consegui encontrar uma resposta. Era o tempo do jornal impresso, a Tribuna de Guarapuava, fundada pelo meu irmão caçula, o Paulo.

Mas o Dada me deu a resposta: é o desprendimento. Refleti durante dias e quando voltei a conversar com ele, em outra ocasião, retomei o assunto. E era sim, o desprendimento. Na época, amanhecíamos terminando o jornal para mandá-lo na primeira hora dia para a impressão em Curitiba. Foram assim durante anos e anos a fio. E um belo dia, talvez até no dia seguinte, encontrávamos aquela edição que nos dava tanto trabalho, que saía tão caro para imprimir, para manter a estrutura e a equipe, enrolando verduras em feiras, servindo como tapete nos lavadores de carro. E nem nos preocupávamos com isso. E sabem por que? Porque a nossa missão de levar a informação aos leitores estava sendo cumprida. Quando uma edição entrava na gráfica, apesar de todo o cansaço da semana e da noite sem dormir, já estávamos pensando na próxima.

Veio a Internet e de cara me joguei em criar a RedeSul de Notícias. Isso foi há quase 17 anos quando a net ainda era um sonho em Guarapuava e somente os mais abonados tinham esse privilégio. Não foi fácil até fazer o leitor despertar para essa nova ferramenta de comunicação. Aliás, ainda é muito difícil. Mas lá se foram 16 anos e meio e a RedeSul atinge perto de 17 milhões de páginas visualizadas nos últimos 31 dias de março. É fácil conseguir isso? É muito difícil. A RSN é uma empresa que paga aluguel de uma das duas salas, seu custeio não é baixo, possui famílias que dependem dela para a sua sobrevivência. Mas graças à sua credibilidade, possui uma carteira de clientes solidificada pelo alto e imediato retorno que proporciona aos seus parceiros. Ah! E também paga impostos e “faz das tripas o coração” – como diz o velho ditado – para mantê-los em dia.

Eu, o Rogério, a Bárbara, o Jonas, o Caio, o Pierre, somos operários da comunicação. Para nós não tem chuva, vento, ou sol. Sábado e domingo? Descansar pra quê, se a notícia não tem hora e nem dias marcados para acontecer?

Quando pensei num site na web o meu maior desafio foi encontrar a equipe perfeita. Foram muitos e muitos anos, e ela foi sendo formada aos poucos. Cada um foi chegando, de mansinho, e foi ficando, ficando. Claro que temos outros profissionais que ajudaram a escrever essa história. Não posso esquecer da Lizi Dalenogari, da Taís, do Diego, do Laffite, da Juliana, do Rodrigo, do Junior Knuppel, da Sara, do meus irmãos Paulo e Fernando – este último o autor do projeto, do nome, da concepção, da RSN – e, principalmente, do ex-prefeito Vitor Hugo Burko, que me deu a ideia de criar o site. Foram e são muitos os parceiros, os amigos, aqueles que torcem de verdade pelo nosso trabalho.

Não! Não pense que esqueci de você, caro leitor, o maior responsável pelo nosso sucesso, nosso repórter que está nas ruas nos ajudando na pauta diária, e que não são poucos e estão espalhados em vários municípios, por aí afora.

O que quero dizer é que a RedeSul de Notícias, não é mais minha, não é mais nossa. É dos mais de 158 mil curtidas no Facebook. É do leitor que mora num dos 89 países e nos 1.297 municípios brasileiros que leram a RSN em março deste ano e que somaram mais de 16 milhões de páginas acessadas em apenas 31 dias.

Portanto, não adianta espernearem, articularem, tentarem manobras maquiavélicas para derrubar o que está solidificado na base da ética, do profissionalismo, no amor pela profissão, no respeito para com os cidadãos que mais precisam de voz. Preciso dizer que a RedeSul está dentro da mente de cada um de nós que formamos a sua equipe. Não precisamos de salas. Só nos basta um computador e acesso à Internet que a notícia irá ao ar. E, se por ventura, eu ficar sozinha – como já aconteceu – de qualquer parte do mundo onde eu esteja – ela, a RSN irá comigo, quer seja em forma de blog, de coluna ou de portal. Ah! Existe diferença entre uma coisa e outra, viu?

Assim como eu, os demais – nós jornalistas – sabemos que somos amados e odiados. Mas seguimos em frente, conscientes que estamos cumprindo com o nosso dever, com a responsabilidade social que a nossa profissão exige, com a cabeça erguida, sem medo de enfrentar o mal. Que o nosso desprendimento continue sendo para deixar de lado as energias negativas que nos rondam, que se preocupam em destinar parte do seu tempo pensando uma forma de nos detonar. Pobres coitados. Enquanto isso, nós só queremos trabalhar, mesmo sofrendo pressões – e olha que não são poucas e não dão trégua. Mas respiramos fundo, erguemos a cabeça e continuamos em frente.

Que essa força, que essa luz, que nos mostra o caminho, que a nossa fé, que a nossa cumplicidade e parceria, que o desapego continuem falando mais alto do que aqueles que só pensam em si, que se afogam no veneno do seu próprio egoísmo, que não tem a consciência de que um dia passarão, enquanto nós ….. passarinhos…..

EM TEMPO: Feliz Dia do Jornalista para todos aqueles que fazem dessa profissão um instrumento do bem! E que todo dia continue sendo o nosso dia! 

EM TEMPO II: Obrigada Lucina Queiroga Brem e Daiane Celso Chioquetta pela dedicação de anos à Tribuna e RSN.

Cristina Esteche

Jornalista

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