A cada ano, o Brasil se destaca mais no cenário internacional quando o assunto é a produtividade da soja. Para se ter uma ideia, o país já responde por quase 50% das exportações mundiais e por cerca de 34% da produção mundial. E na safra de 2019/2020, o Brasil pode ultrapassar na produção e exportação, os Estados Unidos, maior produtor global.
E a preservação ambiental foi uma preocupação debatida por autoridades do agronegócio, que estiveram presentes no Fórum Nacional de Máxima Produtividade de Soja, organizado pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB) na última terça (18) em Londrina. De acordo com Gustavo Spadotti A. Castro, supervisor do Grupo Gestão Embrapa Territorial Estratégica, “é preciso produzir cada vez mais, garantindo a sustentabilidade e a preservação ambiental”.

Gustavo Spadotti A. Castro, supervisor do Grupo Gestão Embrapa Territorial Estratégica (Foto: Gilson Boschiero/RSN)
Durante a palestra para cerca de 500 convidados, o supervisor da empresa estatal que se dedica a pesquisa agropecuária disse que o Brasil é o maior protetor mundial do meio ambiente, com 30% do território protegido. “O produtor é o maior ambientalista que o Brasil tem”. Segundo o supervisor, as terras indígenas (TI) representam 14% do território brasileiro, com 600 unidades o que equivale a 11.956.054 hectares. As unidades de conservação (UC) representam 16,2%, com 1.871 unidades, equivalente a 139.301.454 hectares.
“Juntas as terras indígenas e as unidades de conservação somam 30,2% do território brasileiro, com 2.471 unidades e 257.257.508 hectares”. Outro dado que chamou a atenção durante a palestra foi o de que entre 10 países do mundo, o Brasil é o que mais protege o meio ambiente.
Estamos na frente da Austrália (19,2%), China (17%), Estados Unidos (13%), além de Rússia, Canadá, Argentina, Argélia, Índia e Cazaquistão. Se forem consideradas além das terras indígenas e das áreas de conservação, as áreas dedicadas a preservação e proteção da vegetação nativa, as terras devolutas, os imóveis não cadastrados e as áreas militares, chegaremos a um número ainda maior, 66,3% do território do Brasil, equivalente a 631.758.477 hectares de áreas dedicadas a preservação ambiental. Isso equivale a superfície de 48 países e territórios da Europa.
Gustavo Spadotti foi enfático em afirmar que preservar é um ônus sem contrapartida para o produtor rural, que abre mão de produzir em áreas com proteção prevista em lei federal.
Não existe categoria profissional no Brasil, que dedique mais tempo e dinheiro para o meio ambiente que o agricultor brasileiro.
Dessa forma para o supervisor da Embrapa, o cultivo da soja não reduz áreas de proteção ambiental. “A soja não é vetor de desmatamento na Amazônia”. Entre os exemplos dados no Paraná, ele citou os maiores produtores de soja no Estado. Guarapuava, Cascavel, Campo Mourão, Goioerê e Toledo, sendo a microrregião de Guarapuava a que mais protege áreas ambientais, segundo o palestrante.