22/08/2023
Cotidiano

Escolas de samba entram na terceira geração em Guarapuava

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A tentativa de reviver os antigos blocos de carnavais que marcaram época em Guarapuava reúne a terceira geração de uma família de carnavalescos. Remanescentes do extinto Clube Rio Branco, sociedade de negros que existia na cidade, a família de Josoel de Freitas, o Tuto, coloca o bloco na rua para homenagear o patriarca e seus antepassados.

“Estamos tentando fazer com que Guarapuava tenha um carnaval de rua”, diz o caçula Isaac Burkhard, autor da ideia de cria a bateria “Já te aliso”, nome de uma das primeiras Escolas de Samba de Guarapuava, nascida no Clube Rio Branco.

“Era um tempo muito bom”, diz Tuto. “Quando ouço o toque do tambor vejo à minha frente o meu pai, Bento da Silva, o meu compadre Setembro [Setembrino da Silva, irmão de Tuto], o Paraquedas e tantos outros que já se foram e que faziam parte das nossas escolas de samba”, diz.

As famílias Silva e Freitas são as precursoras das festas carnavalescas em Guarapuava. De acordo com o Tuto, a primeira escola de samba foi a “Vou ali e volto já”, seguida pela “Príncipes do Ritmo”, a ‘Já te Aliso” e da “Negras Raízes” em 1996. “Todas saíam do Rio Branco iam para o Clube Guaíra, para as ruas da cidade. Era uma festa de famílias, sem bebidas, sem drogas, sem violência. As pessoas se fantasiavam e saiam às ruas para brincar e se divertir”, relembra.

Outras escolas de samba se seguiram criadas por Deolindo Amâncio, o Jabá, e filhos. “O compadre Jabá, a Martinha e outros já faziam parte das nossas escolas. O Jabá veio jogar no Guarapuava Esporte Clube e assim como outros jogadores fizeram parte das nossas escolas que tinham passistas,  madrinha da bateria, ala de frente, ala das baianas. Muitos blocos eram de dominós, as fantasias preferidas da época”.

Emocionado, Tuto acompanhou os ensaios da bateria composta por netos, filhos, nora e amigos. “Me sinto emocionado com essa homenagem que me faz voltar no tempo”, diz.

A bateria sai neste domingo às 18 horas da esquina entre as ruas Saldanha Marinho e XV de Novembro e segue até a Praça 9 de Dezembro onde fica até às 20 horas.

Cristina Esteche

Jornalista

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