Uma série de protestos contra os cortes do governo federal na educação básica e no ensino superior estão acontecendo em todo o país nesta quarta (15). Em Guarapuava, cerca de 500 estudantes, professores e sindicalistas saíram às ruas.
Palavras de ordem – como “Fora Bolsonaro”, apitaço, cartazes, marcaram a caminhada que saiu do campus Santa Cruz da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) até o terminal Estação da Fonte, no Centro da Cidade.
Esse está sendo o primeiro protesto nacional enfrentado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). Segundo os manifestantes, os atos são em defesa das universidades federais, da pesquisa científica e do investimento na educação básica e acontecem após o Ministério da Educação anunciar um congelamento orçamentário que atinge recursos desde a educação infantil até a pós-graduação, com suspensão de bolsas de pesquisa oferecidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
De acordo com o representante da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Fernando Pepes, a mobilização reúne secundaristas, acadêmicos, professores do ensino médio e universitário. Alunos do curso de pedagogia de Laranjeiras do Sul também participam dos protestos em Guarapuava.
A manifestação continua em frente à Unicentro e a partir das 19h uma vigília com velas acesas antecederá roda de conversa entre professora e alunos na Instituição. Segundo o presidente do Sindicato dos Docentes e Agentes Universitários do Ensino Superior Estadual de Guarapuava e Irati (Sintesu), Danny Jessé, há também mobilização no campus de Irati.
‘FOI CONFUSÃO’
“Foi uma confusão”. Assim é que o ministro da Casa Civil Onyz Lorenzoni justificou o vai-e-vem entre deputados aliados e o presidente Jair Bolsonaro. Ontem, terça (14), lideranças partidárias após reunião com o presidente, anunciaram que Bolsonaro havia suspendido o contingenciamento na área da educação.
Porém, em seguida o Ministério da Educação entrou em ação e divulgou uma nota desmentindo os parlamentares. A reação dos deputados foi imediata. Na tribuna durante sessão na Câmara, taxaram o presidente de mentiroso.
Para a Casa Civil, entretanto, o que houve foi “uma confusão”. Segundo o ministro, essa iniciativa em contradizer a informação dos deputados foi conter o mercado financeiro, para que o dólar não chegasse a R$ 4 já na manhã desta quarta (15). “Para que o dólar não acordasse hoje a R$ 4, eu e o ministro Abraham [Weintraub] logo desmentimos”, afirmou Onyx à imprensa nacional.
Porém, em meio ao turbilhão de protestos pelo Brasil afora, o ministro da Educação Abraham Weintraub deverá explicar na Câmara dos Deputados hoje (15) o contingenciamento orçamentário em universidades e institutos federais de educação. A ida do ministro à Câmara foi aprovada por 307 votos contra 82. Apenas o PSL e o Novo foram contra o pedido feito pelo deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).