A professora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) Carolina Panis recebeu o Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia pela pesquisa sobre o perfil clínico do câncer de mama relacionado ao histórico familiar em mulheres que moram em áreas rurais.
De acordo com a professora, quando a mulher é exposta a agrotóxicos ela apresenta falhas em alguns mecanismos para combater os tumores. “Ter essa pesquisa premiada é um privilégio. Representa que estamos no caminho certo e que ainda temos muito que evoluir”.
A entrega da premiação ocorreu na quinta (28) no Palácio Iguaçu, em Curitiba. Os 10 vencedores nas áreas de Engenharias e Ciências Biológicas receberam R$ 239 mil. A iniciativa é promovida pela Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).
PESQUISA
A pesquisa foi idealizada em 2014 pela professora Carolina, do curso de Medicina da Unioeste, campus de Francisco Beltrão. A proposta é identificar o perfil clínico do câncer nas mulheres que vivem em áreas rurais. “Entrevistamos pacientes para entender o histórico familiar, além de analisar os casos de mulheres que têm contato direto com agrotóxicos”.
Conforme a pesquisadora, o projeto é importante para a Região Sudoeste por apresentar uma porcentagem considerável de câncer de mama. “A média é de 90 casos por ano, enquanto em outras cidades do Estado o número é de cerca de 63 casos por ano”.
Ao longo da pesquisa, o projeto identificou que o câncer de mama em mulheres agricultoras é mais agressivo, pois elas tem contato mais próximo com pesticidas. Além disso, foi possível entender como a doença se comporta na Região. Sendo assim, quando as mulheres chegarem em uma consulta e falarem ao médico que trabalham na agricultura, ele já vai fazer um acompanhamento em função dessas evidências.
Nós também levamos essa campanha para as escolas agrícolas, falando com os filhos e as filhas dos agricultores e mostrando os riscos que eles terão caso não usarem equipamentos de proteção individual e sobre como os pesticidas causam câncer.
Por fim, a pesquisa contou com uma parceria do Hospital do Câncer (Ceonc), que ajudou na coleta de sangue, dos tecidos tumorais, além da colaboração de médicos, da direção e da equipe do centro cirúrgico.
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