O secretário estadual da Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, afirmou que criação da nova pasta, em substituição às secretarias de Transportes e Obras, se traduz na retomada do planejamento na área de transporte e do gerenciamento de ações e de investimentos públicos nos setores de construção civil e obras viárias.
Ao fazer um balanço das atividades de 2011, Richa Filho defendeu a criação de um modelo de logística multimodal e afirmou que um conjunto de ações foi realizado com o objetivo de criar e implantar um novo sistema de gestão de obras de infraestrutura. “Temos que trabalhar a logística estadual dentro do conceito de multimodalidade. O Paraná não pode mais conviver com a ausência de planejamento e integração”, disse.
Richa Filho informou que o governo entende que é necessário melhorar a infraestrutura de transporte já existente para que todas as regiões do Estado tenham melhores condições de se desenvolver. Ele lembrou que no final do ano, foram autorizados investimentos de R$ 700 milhões nas estradas estaduais para 2012. “Estamos adotando medidas modernizadoras, centradas no desenvolvimento sustentável e na priorização de investimentos”, afirmou.
O secretário ressaltou ainda que o Governo do Estado deve dar prioridade ao papel de articular e de ser um indutor institucional do desenvolvimento, fazendo investimentos públicos e buscando recursos no mercado, além de promover as Parcerias Público Privadas (PPPs) como forma de atender às demandas da sociedade. "É obrigação do governo dar condições às classes produtoras para colocarem, com rapidez e segurança, suas mercadorias no mercado ", afirma.
Para isso, a secretaria atua para articular os vários planos estaduais e regionais existentes, bem como os projetos viários da esfera federal, dentro do conceito de rede. A idéia é potencializar os recursos destinados à infraestrutura e a logística. “Com um sistema integrado e compartilhado, vamos atender melhor as mudanças na concentração populacional e as variações na geração total de riquezas, produção industrial e agrícola”, explica secretário.
GESTÃO COMPARTILHADA
Segundo Richa Filho, a gestão em conjunto da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e da Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A. (Ferroeste) permitiu avanços nos setores rodoviário, marítimo, ferroviário e aeroviário.
O Paraná tem um patrimônio viário representado por mais de 20 mil quilômetros de estradas pavimentadas, uma ferrovia estadual, a quarta posição em aeroportos no Brasil, dois portos (um deles o maior exportador de grãos do País) e mais de 70 balsas em operação. “É um patrimônio a ser preservado e constantemente recuperado”, diz Richa Filho.
O secretário reforçou a preocupação do governo em criar eficientes centros logísticos, baseados em dados levantados com outros órgãos públicos, como o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), para que o desenvolvimento chegue a todo o Estado e não seja privilégio de apenas algumas regiões.
ESTRADAS
Richa Filho lembrou que no ano passado foi licitado o Plano Diretor para o sistema estadual de transporte intermunicipal de passageiros, depois de uma década de espera. Ele também pontuou o início do diálogo com as concessionárias para a retomada de investimento na estradas que compõem o Anel de Integração.
Outra iniciativa para organizar o sistema público é a definição de um Plano Aeroviário Estadual. O Paraná dispõe de 40 aeroportos públicos, sendo quatro sob a administração da Infraero e os demais operados em parceria pelo Estado e as prefeituras. “No modal aeroviário, a organização e o planejamento são duas ações fundamentais para o desenvolvimento estadual”, diz o secretário.
Em relação ao aeroporto Afonso Pena, o governador Beto Richa assinou, em dezembro, um decreto que declara como de utilidade pública para desapropriação uma área de 751,5 mil metros quadrados na região do terminal, em São José dos Pinhais. O terreno será utilizado para a ampliação do terminal e implantação da terceira pista de pousos e decolagens.
FERROVIA
Um exemplo da volta dos investimentos federais ao Paraná, segundo José Richa Filho, foi dado pela Valec – Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. A empresa, vinculada ao Ministério dos Transportes, estuda o projeto para a extensão da Ferroeste até a Dourados (MS) e a solução para o trecho entre Guarapuava à Paranaguá.
Segundo o Governo Federal, os estudos de viabilidade serão retomados neste início de ano. A futura obra eliminará o gargalo ferroviário entre o Meio Oeste paranaense e a região dos Campos Gerais, além de otimizar a descida da Serra do Mar, rumo ao Litoral.
Pela primeira vez desde que foi criada, em 1988, Ferroeste teve autorização para compra de locomotivas próprias. A aquisição de cinco novas máquinas foi autorizada pelo governador Beto Richa e dobrará a capacidade de tração da empresa. Serão investidos R$ 8 milhões, com recursos do Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE) do Estado.
MODAL MARÍTIMO – Richa Filho afirma que o Governo Estadual encarou tecnicamente as questões que envolver os portos paranaenses e conseguiu realizar obras importantes no início da gestão. Segundo ele, o diálogo com as autoridades ambientais também está avançado, para dar continuidade às obras de dragagem nos berços de atracação e no canal de acesso ao porto.
“Para o terminal de grãos, de fundamental importância ao agronegócio, está prevista a modernização dos equipamentos. O governo estuda ações de logística que venham a dinamizar o Porto de Antonina e o futuro terminal de Pontal do Sul”, conclui José Richa Filho, que também listou os bons resultados obtidos pelo Porto de Paranaguá, como o recorde na movimentação de granéis.