22/08/2023
Cotidiano Guarapuava

Famílias podem acolher crianças temporariamente, em Guarapuava

Programa propõe processo de acolhimento no município desde 2017; todas as composições familiares podem participar

acollhimento

Interessados podem se inscrever até o dia 2 de agosto (Foto: Divulgação)

Famílias de todos os tipos – e até mesmo pessoas sozinhas, mas que possuam condições necessárias – podem se voluntariar no programa Família Acolhedora, desenvolvido pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social de Guarapuava. Para esta edição, que está na terceira chamada, as inscrições estão abertas até o dia dois de agosto. Lançado em 2017, o programa tem o objetivo de oferecer um contato mais humanizado às crianças que vivem, atualmente, na Fundação Proteger.

De acordo com Regiane Cristina Lopes de Moraes, coordenadora do Programa Família Acolhedora, no programa, as famílias ou pessoas interessadas são cadastradas e capacitadas para receberem, em suas casas, crianças, adolescentes ou grupos de irmãos, oferecendo aos mesmos um lar acolhedor e seguro. O período de acolhimento vai de um mês a dois anos, dependendo do trâmite processual que envolve a situação de cada criança e adolescente.

“A gente sempre fala que é uma questão de se doar. Mas é importante que as famílias sempre tenham em mente que essas crianças vão ficar apenas o tempo do processo, e depois vão embora. As famílias tem que ter muita ciência que não é uma adoção”, explica Regiane, lembrando que um dos requisitos de participação é que a família não pode estar registrada no Cadastro Nacional de Adoção.

Segundo Regiane, crianças que participam do programa tiveram seus direitos violados em algum momento da vida (Foto: Caio Budel/RSN)

Lançado em 2017, o programa possui, atualmente oito famílias habilitadas. Destas, seis estão recebendo oito crianças. Todo tipo de família pode participar, incluindo casais LGBTQ+, desde que estejam dentro dos pré-requisitos estipulados no programa. Logo após a inscrição dos candidatos, serão selecionados os participantes de acordo com um estudo e análise da documentação dos mesmos. Após, os selecionados assinam um termo de adesão homologado pelo Juízo da Vara de Infância e Juventude.

Pessoas que são aposentadas, os filhos cresceram, foram para outras cidades, é um caso, por exemplo, de pessoas que podem se inscrever. Se elas tiverem disponibilidade de tempo e a renda comprovada, elas poderão estar sendo habilitadas para o programa.

No processo, os interessados poderão escolher se acolherão temporariamente uma criança ou um grupo de irmãos. Em caso de casais, não é necessário que os mesmos já possuam filhos para participarem do processo. Para esta terceira chamada, que está disponível até agosto, as aproximadamente 80 crianças que integram a Fundação Proteger participarão do processo de resignação familiar temporária. Entretanto, não necessariamente as 80 participarão do programa. Isso dependerá de quantas pessoas estarão inscritas para recebê-los, e, também do perfil de cada família inscrita.

“Queremos dar uma atenção especial para esse cuidado. A questão do passeio, de ir ao mercado, de fazer uma viagem, enfim, as possibilidades que este contato humanizado oferece”, finaliza Regiane, ressaltando que na Fundação Proteger, as crianças e adolescentes são muito bem cuidados, porém, o contato com a equipe é muito rotativo e coletivo, por isso a necessidade do Família Acolhedora.

QUEM PODE PARTICIPAR

Para participar, é preciso ter no mínimo 21 anos, sem restrição ao sexo e estado civil; não estar inscrito no Cadastro Nacional de Adoção; residir no mínimo há um ano em Guarapuava; participar do processo de habilitação e das atividades do serviço; e apresentar um parecer psicossocial favorável, expedido pelo Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora e ter renda fixa comprovada.

COMO PARTICIPAR

Os interessados em se inscrever no Família Acolhedora devem entrar em contato com a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social pelo telefone (42) 3623-7995 para solicitar a entrada no processo. Falar com Regiane ou Elenita.

Cristina Esteche

Jornalista

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