Famílias recebem casas prá-fabricadas em Rio Bonito do Iguaçu

Quatorze dias depois de perder a casa e o companheiro de vida por mais de três décadas, Claudino Paulino Risse, uma das sete vítimas do tornado que devastou Rio Bonito do Iguaçu, Marilda Risse voltou ao terreno onde tudo desmoronou. Desta vez, não para chorar, mas para receber a notícia de que será a primeira contemplada com uma das 320 casas pré-fabricadas que o Governo do Estado está destinando às famílias atingidas.

Abalada, mas cercada pela família, dona Marilda ouviu do próprio governador, Carlos Massa Ratinho Junior, que a nova história começaria ali. No mesmo chão que a tempestade tentou apagar.

Nesse período de dor, ela encontrou força no neto de apenas dois anos. Na noite anterior, sem saber de nada, o menino tentou consolar a avó dizendo que lhe daria “uma casa amarela”. Marilda sorriu ao lembrar e prometeu. “Quando a nova casa estiver de pé, ao menos uma parede será amarela”.

Mesmo abalada, ela agradeceu.

A gente recupera os bens materiais, mas a vida não. Ainda assim, estou contente por começar pela minha casa. Sou muito grata. Apesar da dor, Deus está me abençoando com um teto de novo. É a chance de recuperar minha dignidade e voltar a viver em paz.

De acordo com as informações do Governo, as primeiras estruturas das moradias deixaram Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, na tarde de ontem, quinta (20). São as unidades de woodframe produzidas pela empresa Tecverde. De acordo com o Governo do Estado, trata-se de um modelo pré-fabricado que acelera o processo de reconstrução. Ao todo,o investimento soma R$ 44 milhões do Tesouro Estadual para erguer as 320 casas.

A Tecverde já dispõe de 189 unidades prontas, para entrega à medida que a Prefeitura e a Defesa Civil liberarem os terrenos após limpeza e terraplanagem. As demais ficarão prontas em até 90 dias. Paralelamente, a Cohapar finaliza o cadastramento das famílias para distribuição das moradias.

As casas terão sala, cozinha, dois quartos, banheiro e área de serviço, variando entre 46 m² e 53 m². Como o processo é industrializado, após a fundação, as paredes ficarão erguidas em cerca de 2h30, seguidas do telhado e dos acabamentos. A previsão é de que a primeira residência fique concluída em até 10 dias.

Para quem perdeu absolutamente tudo e não tem terreno próprio, a Prefeitura destinou um novo espaço comunitário onde as unidades serão montadas.

Conforme disse o secretário das Cidades, Guto Silva, não se trata apenas de infraestrutura: é sobre devolver dignidade e vida. “Esta primeira casa representa a reconstrução de toda a cidade. Ela chega rápida e mostra a atenção, o carinho e a agilidade com que o Governo do Estado está atuando em Rio Bonito do Iguaçu. A reconstrução não é apenas econômica; é também emocional.”

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