22/08/2023
Paraná Política

Francischini se cala em relação ao julgamento de cassação

Deputado está sendo julgado pela propagação de 'fake news' nas eleições de 2018 e pode ser o primeiro a ser punido por esse motivo

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Francischini enfrenta processo de cassação (Foto: Divulgação)

O deputado Fernando Francischini (PSL) se ‘fechou em copas’ em relação ao processo de cassação do mandato. Nesta quinta (21), o Portal RSN tentou contato, por várias vezes, com a Assessoria de Comunicação do deputado. No entanto, nenhuma ligação obteve retorno. No gabinete em Curitiba, a informação recebida é de que somente a assessora falaria sobre o assunto. “Não temos permissão”, disse um dos assessores.

De acordo com o julgamento, na primeira sessão ocorrida nessa terça (19), faltou apenas um voto para que ele perdesse o mandato. Três dos quatro ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) votaram favoráveis à cassação. No entanto, o ministro Carlos Bastide Horbach pediu vistas ao processo, interrompendo a votação. Agora o julgamento só será retomado quando o ministro terminar de analisar o caso.

Conforme o Ministério Público Eleitoral, o deputado propagou informações falsas contra o sistema de votação nas eleições de 2018. Ele fez uma ‘live’ em redes sociais, no primeiro turno. De acordo com a afirmação do parlamentar, as urnas eletrônicas foram adulteradas para impedir a eleição do presidente Jair Bolsonaro. No entanto, na ocasião, o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná fez auditoria nas urnas. E constatou que elas funcionavam normalmente, sem indícios de fraude no sistema.

Se Horbach seguir os demais ministros, esta será a primeira vez que o TSE cassa um mandato por ‘fake news’. Contudo, a atitude está sendo vista como represália aos ataques feitos por Bolsonaro ao TSE.

Todavia, essa será a segunda baixa no PSL, partido que elegeu Jair Bolsonaro. Ainda nesta semana, o deputado estadual Subtenente Everton teve o mandato cassado. Mas caso Francischini seja punido a situação preocupa outros deputados. Isso porque a composição da Alep pode sofrer 10% de mudanças.

MAIS DOIS PODEM PERDER O MANDATO

Dados mostram que o deputado obteve 427 mil votos nas eleições. Esse número ‘puxou’ outros candidatos e o PSL formou uma bancada com oito parlamentares. Todavia, com a cassação  de Francischini, e a já consagrada de Everton, a bancada cai em 50%. Ou seja, com a retotalização dos votos, Do Carmo, Emerson Bacil também podem ficar fora.

Assim, numa das últimas sessões da Alep, o primeiro secretário Luiz Claudio Romanelli (PSB), disse que vê o processo de cassação como uma resposta à campanha do presidente contra o processo eleitoral do país.

“O mandato do parlamentar é inviolável. Entendo a campanha que foi promovida nesse País contra o TSE é profundamente injusta. Não tenho a menor dúvida sobre a segurança jurídica e técnica da urna eletrônica”. Já o presidente da Alep, Ademar Traiano criticou o momento da cassação. “Entendo que o julgamento devia acontecer no início do mandato, não no final do mandato”.

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Cristina Esteche

Jornalista

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