22/08/2023


Geral

Funcionários do transporte coletivo de Ponta Grossa entram em greve

Usuários do transporte coletivo de Ponta Grossa, no interior do Paraná, vão começar esta quarta-feira (26) sem ônibus nas ruas. O Sindicato dos Motoristas e Cobradores do Transporte Coletivo de Ponta Grossa, em assembleia com a categoria, decidiu iniciar uma greve a partir das 0h.

Eles querem que a empresa Viação Campos Gerais (VCG) ofereça uma nova proposta de acordo salarial. Caso contrário, os ônibus só voltam a circular caso haja alguma decisão judicial que obrigue os motoristas e cobradores a voltar ao trabalho.

De acordo com o sindicato, maio é a data-base dos profissionais do transporte coletivo. Desde então, o acordo coletivo tem sido discutido entre trabalhadores, empresa e município. Segundo o presidente Ricardo Alexandre, foram realizadas nove rodadas de negociação na tentativa de conseguir 12% no salário real e 100% no vale-alimentação.

O salário inicial de um motorista júnior é de R$ 1.042, e do pleno, R$ 1.318,03. Já um cobrador no início de carreira ganha R$ 789. O vale-alimentação é de R$ 120, e o sindicato pede que suba para R$ 240. “Nós queremos que o valor fique próximo ao que foi conseguido nas outras cidades do estado. Em Curitiba, o ticket alimentação é de cerca de R$ 320, no norte é de aproximadamente R$ 350”, argumenta o presidente.

Durante a tarde, a VCG ofereceu cinco contrapropostas. Uma delas foi de 11,5% no salário, sem reajuste no ticket alimentação. Em outra oferta, a empresa sugeriu um aumento de 7,5% em folha e mais 25% no vale alimentação. Todas as propostas foram recusadas pelos funcionários.

Segundo a empresa, o sindicato não encaminhou uma notificação oficial sobre a greve à diretoria da VCG. A empresa informa que já acionou o departamento jurídico para que sejam tomadas as medidas cabíveis para garantir a manutenção parcial do serviço. Na manhã desta quarta-feira (26), a VCG deve entrar com pedido de dissídio coletivo para que a Justiça defina os percentuais de reajuste.

A última greve dos funcionários do transporte coletivo foi em maio de 2012 e não chegou a durar dois dias. Os trabalhadores voltaram ao trabalho por ordem do Tribunal Regional do Trabalho, que considerou o movimento abusivo e definiu um novo reajuste.

Redução da tarifa
Na sexta-feira (21), o prefeito Marcelo Rangel(PPS) tentou evitar a greve ao anunciar a isenção do Imposto Sobre Serviços (ISS) sobre o transporte coletivo. A intenção era fazer com que o acordo salarial dos funcionários evitasse o reajuste da passagem de ônibus.

Segundo o secretário municipal de Planejamento, João Ney Marçal, a cidade abriu mão de uma receita importante, que poderia ser usada para outros serviços. O ISS representa para o município cerca de 2% da receita, ou seja, aproximadamente R$ 100 mil.

De acordo com a Viação Campos Gerais, ainda não é possível dizer se a tarifa do transporte coletivo deve ser reajustada, apesar da tarifa ter sido reduzia de R$ 2,60 para R$ 2,50, no dia 13 de junho, valor válido apenas para quem utiliza o bilhete eletrônico.

A redução foi possível graças à desoneração do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre o óleo diesel usado pelas empresas de transporte coletivo. A lei estadual que trata do assunto foi regulamentada por decreto no dia 11.

Cristina Esteche

Jornalista

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