Tratada como segredo de Estado pelo Palácio do Planalto, a passagem da presidente Dilma Rousseff por Portugal já estava confirmada e foi comunicada ao governo local na quinta-feira (23). A versão contradiz o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, que disse que a decisão de parar em Lisboa só foi tomada "no dia da partida" da Suíça, no sábado passado.
Durante o Fórum Econômico Mundial, Dilma ficou na Suíça, de quinta-feira até sábado. Seu destino seguinte, segundo a agenda oficial, seria Cuba, onde está nesta terça-feira (28). Contudo, a presidente e sua comitiva desembarcaram em Lisboa, onde passaram o sábado e a manhã de domingo e causaram críticas nas redes sociais jantarando em um dos restaurantes mais caros da cidade e se hospedando nos hotéis Ritz e Tivoli. Ao todo, 45 quartos foram usados e nada foi divulgado à imprensa.
Após o Estado revelar o paradeiro de Dilma no sábado, o Palácio do Planalto afirmou que se tratava de uma "parada técnica" não prevista. A versão foi dada primeiro pela ministra Helena Chagas (Comunicação Social), no fim de semana, e reiterada nesta segunda-feira por Figueiredo, em Havana.
Pela versão oficial, o plano era sair da Suíça no sábado, parar nos Estados Unidos para abastecer as duas aeronaves oficiais e chegar a Cuba no domingo. Mas o mau tempo teria obrigado a comitiva a mudar de planos na véspera e desembarcar em Lisboa.