22/08/2023
Saúde

Guarapuava é destaque no Paraná no índice de mortalidade por infarto

O atendimento na área de cardiologia em Guarapuava destaca-se no Paraná. Dados estatísticos divulgados pelo Ministério da Saúde na quinta-feira, dia 1º., no ranking do Índice de Desempenho do Sistema Único do Saúde (IDSUS) em relação aos óbitos provocados por infarto agudo do miocárdio, Guarapuava apresenta índices menores que o conquistado por outros municípios paranaenses. O município obteve 6,9 óbitos por cada 100 paciente que é internado, contra 7,5 de Curitiba; 7,3 de Cascavel; 7,89 de Londrina, por exemplo.
“Esse índice representa o ótimo desempenho de nossos cardiologistas e clínicos da região,” avalia o cardiologista Gerado Pacheco Barbosa, do Centro de Diagnóstico Cardiovascular de Guarapuava.

Para Stefen W. Negrão, que também é cardiologista, o baixo índice de mortalidade por infarto agudo do miocárdio é resultado de uma ação conjunta entre os atendimentos oferecidos pelos hospitais São Vicente e Santa Tereza aliado ao atendimento emergencial e ao diagnóstico eficiente oferecido pelo Samu. “Houve uma melhora muito grande nesse viés, pois dentro da ambulância do Samu há um equipamento de eletrocardiograma que permite que esse exame seja feito dentro do própria ambulância e encaminhado para o HCor em São Paulo que devolve o diagnóstico entre 10 a 15 minutos”, explica o cardiologista. De acordo com Stefen, a conscientização da população em relação ao infarto agudo do miocárdio também evoluiu. “Hoje as pessoas tem acesso mais fácil ao tratamento e procuram mais o atendimento médico possibilitando um diagnóstico antecipado,” ressalta.

 

SINTOMAS CLÁSSICOS DE INFARTO
– Dor no peito que não melhora e que pode irradiar para o ombro e braço esquerdo;
– Sudorese

O IDSUS
O IDSUS é ferramenta que avalia o acesso e a qualidade dos serviços de saúde no Brasil. Criado pelo Ministério da Saúde, o índice avaliou entre 2008 e 2010 os diferentes níveis de atenção (básica, especializada ambulatorial e hospitalar e de urgência e emergência), verificando como está a infraestrutura de saúde para atender as pessoas e se os serviços ofertados têm capacidade de dar as melhores respostas aos problemas de saúde da população.

Com 6,23 o Paraná ficou na segunda classificação no ranking que é liderado por Santa Catarina (6,29), Curitiba teve a segunda melhor nota entre as capitais (6,96) só sendo superada apenas por Vitória (ES). A pontuação geral do Brasil é 5,47.

“A boa colocação do Paraná deve ser comemorada, mas ainda não estamos satisfeitos. Nosso objetivo é transformar o Estado em referência nacional em relação à qualidade do serviço de saúde público oferecido à população”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Michele Caputo Neto.

O secretário destacou que o Paraná está implantando as redes de atenção a saúde em todo o Estado e, já em 2012, cumpre a emenda 29, investindo 12% da receita estadual na área da saúde, o que representa um montante de R$ 2,8 bilhões em recursos para a saúde. “Com as redes de atenção poderemos inverter o quadro e investir cada vez mais em ações de promoção e prevenção em saúde, diminuindo assim a demanda por assistência”, enfatizou Caputo Neto.

Esta é a primeira vez que o Sistema Único de Saúde (SUS) recebe notas pelo acesso e a qualidade dos serviços. O Índice de Desempenho do SUS (Idsus) avalia o atendimento em todos os municípios, estados e em âmbito nacional de acordo com uma escala de 0 a 10.

Toda a estrutura – hospitais, laboratórios e clínicas – de 5 mil municípios brasileiros passou pela avaliação. Foram analisados 24 indicadores, como a quantidade de exame preventivo de câncer de mama em mulheres de 50 a 69 anos, cura de casos de tuberculose e hanseníase, o número de mortes de crianças em unidade de terapia intensiva (UTI) e o de transplantes de órgãos.

Os técnicos levaram em conta o tamanho da população – inclusive com plano de saúde –, a estrutura disponível e a condição econômica de cada município. As cidades foram divididas em seis grupos conforme semelhanças econômicas e de atendimento aos habitantes.

A avaliação constatou que o brasileiro ainda enfrenta muita dificuldade para conseguir uma consulta ou um exame na rede pública, o que prejudicou a média nacional, segundo técnicos do ministério.

“Na atenção básica, o acesso é mais fácil. Já na atenção especializada [cirurgias, por exemplo], o acesso está mais difícil e por isso jogou a nota mais para baixo”, explicou Afonso dos Reis, coordenador-geral de Monitoramento e Avaliação do SUS no ministério. No quesito qualidade, o problema é o atendimento hospitalar que está inferior ao dos postos de saúde, disse Reis.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou, durante o lançamento do IDSUS que o índice é uma das estratégias para a avaliação permanente do Sistema Único de Saúde. "O SUS não pode, de forma alguma, temer avaliação. Tem que ser algo visto como fundamental para avançar no sistema de saúde". Os dados estão disponíveis no endereço eletrônico www.saude.gov.br/idsus.

Com informações da Agência Brasil e AEN

Cristina Esteche

Jornalista

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