Guarapuava perdeu, na última quinta (17), um dos mais tradicionais empresários do ramo da gastronomia. Neri Dal Santo, aos 69 anos, deixa um vácuo na memória afetiva e no cenário social da cidade que adotou como dele há 50 anos. Natural de Chapecó (SC), Neri não foi apenas um empreendedor. Mas um criador de espaços de encontro, um servidor da comunidade e um filantropo que preferia o silêncio ao reconhecimento.
A trajetória de Neri em Guarapuava confunde-se com a história de muitos cidadãos. Ao chegar, há cinco décadas, ele fundou a icônica Lupus Lanchonete, localizada, conhecida ‘Redondo’, na Rua XV de Novembro, onde hoje há uma floricultura.
Para a juventude da época, a Lupus era mais que um estabelecimento, mas o ponto de encontro oficial, o palco de amizades, namoros e das memórias que hoje definem uma geração inteira de guarapuavanos.
A habilidade em transformar refeições em momentos de confraternização o levou a assumir o ‘buffet’ do antigo Guaíra Country Clube, um dos mais prestigiados espaços sociais da cidade. Com a desativação da sede urbana do clube, Neri não parou. Adaptando-se aos novos tempos, levou a ‘expertise’ para o campus Cedeteg da Unicentro. Ali assumiu o restaurante, passando a servir uma nova geração de estudantes e professores. Em paralelo, demonstrou uma veia empreendedora ao montar também uma fábrica de gelo.
FILANTROPIA
Contudo, parte fundamental do legado que deixou foi construída longe dos holofotes. Por muitos anos, Neri Dal Santo foi o braço forte na promoção de almoços e eventos beneficentes para entidades essenciais como a APAE e a Apadevi (Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais), entre outras ações. Ele nunca quis divulgar essa faceta.
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