Os dados do boletim epidemiológico mais recente da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) revelam um cenário preocupante envolvendo doenças respiratórias, sobretudo entre crianças. Em Guarapuava não é diferente. De acordo com a Secretaria de Comunicação (Secom) da Prefeitura de Guarapuava, no Novo Hospital Santa Tereza e no Hospital São Vicente foram registradas 347 internações por doenças respiratórias de janeiro a maio de 2025. Desses casos, 75% envolvem crianças menores de 5 anos e idosos.
No Paraná, o número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) chegou a 7.282 em 2025, um aumento de 3,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Entretanto, o que mais chama a atenção é a explosão de casos entre o público infantil.
Na faixa etária de 5 a 11 anos, os casos de SRAG aumentaram 32,5% (de 593 para 786). Ainda mais alarmante é o salto de 175% nas mortes entre crianças de 1 a 4 anos, que passaram de quatro para 11 em apenas um ano.
VÍRUS CIRCULANTES E RISCO PARA BEBÊS
As análises de laboratório indicam que o estado está em plena fase de ascensão dos vírus Influenza A e Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que juntos são os responsáveis pela maioria dos casos graves. A maior parte das amostras recebidas pelo Laboratório Central (Lacen) pertence a crianças com menos de dois anos.
O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, admitiu que o Paraná vive o maior pico de circulação dos dois vírus dos últimos dois anos. Ele pediu empenho das famílias para proteger as crianças com vacinação imediata. Apesar da gravidade do cenário, os índices de vacinação entre o público infantil seguem muito abaixo do ideal.
A cobertura contra a gripe entre crianças é de apenas 20,72%, distante da meta de 90% estipulada pelo Ministério da Saúde. Para a vacina da covid-19, os dados também são insatisfatórios: a taxa de D1 (primeira dose) em crianças de 6 meses a 2 anos é de 43,7%, mas apenas 16,3% receberam a segunda dose.
Entre crianças de 3 a 4 anos, a cobertura é de 36,2% para D1 e 17,7% para D2. A vacinação está liberada para todas as pessoas a partir dos seis meses de idade e segue disponível nas Unidades Básicas de Saúde.
REFORÇO NA PREVENÇÃO E ALERTA ÀS FAMÍLIAS
Além das vacinas, a Sesa reforça a importância de medidas simples. Entre elas, higienização das mãos, uso de álcool gel, etiqueta respiratória e isolamento temporário em caso de sintomas. Ambientes ventilados e a não participação de crianças doentes em atividades escolares são atitudes essenciais para conter a transmissão.
Um alerta foi enviado às secretarias de saúde dos 399 municípios do estado sobre o aumento da circulação viral, sobretudo durante o outono e inverno.
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