22/08/2023
Política

Inauguração do Centro de Agroecologia foi uma “festa” com dinheiro público, diz

O líder da Oposição, deputado Élio Rusch (DEM), denunciou nesta segunda-feira o “abuso” nos gastos com a festa de inauguração do Centro de Agroecologia, na cidade de Santa Tereza do Oeste, promovida pelo governo do Estado em dezembro do ano passado.
Rusch usou a tribuna da Assembleia para fazer uma análise da resposta de um pedido de informações sobre a cerimônia. Ele ressaltou o fato de que os gastos foram efetuados com dinheiro público sem a realização de licitação.
“O Governo pagou ônibus para transportar as pessoas das mais diversas cidades do Paraná. A Viação Mouraoense prestou o serviço no valor de R$ 10 mil mediante carta-convite. O restante não teve qualquer tipo de licitação. Isso infringe a lei das licitações e o ordenador das despesas pode responder judicialmente”, relatou.
Segundo Rusch, o gasto total para a festa de inauguração foi superior a R$ 130 mil.
“Não bastasse a grande quantia que governo usou para financiar a festa, foram utilizados funcionários públicos estaduais para organizar a cerimônia”, disse. “Essa festa foi um motivo banal para reunir os ‘movimentos sociais’ que invadem as propriedades produtivas do nosso estado”.
O líder oposicionista disse que espera que seja uma página virada na história do Paraná essa parceria do governo com os chamados “movimentos sociais, mas que na verdade são usados para promover invasões de terra. “Espero que no próximo governo exista o respeito com o setor produtivo, que o direito de propriedade seja honrado e que se cumpram as determinações da Justiça. Que o futuro governador não use essas pessoas como massa de manobra e não utilize de dinheiro público para fazer festa para baderneiros e invasores de terra”.
Rusch salientou que as informações só foram obtidas porque a Justiça concedeu uma liminar à Oposição e obrigou o governo estadual a prestar os esclarecimentos requeridos.

Syngenta

Em 2008, a empresa Syngenta decidiu doar a área da fazenda experimental de estudos de sementes geneticamente modificadas ao Governo do Estado, após ocorrerem várias invasões promovidas por integrantes do movimento Via Campesina e de ter sido cenário de um confronto ocorrido em outubro de 2007, onde duas pessoas morreram, um segurança da fazenda e um funcionário da Fundação da Universidade Federal do Paraná – Funpar.

A fazenda possui 120 hectares, sendo que setenta são de preservação ambiental.

Através do Instituto Agronômico do Paraná – Iapar – o governo estadual instalou no local o Centro de Ensino e Pesquisa em Agroecologia, que foi inaugurado em dezembro de 2009 e levou o nome de Valmir Mota de Oliveira, o Keno, o funcionário da Funpar e integrante do movimento Via Campesina morto no confronto de 2007.

Cristina Esteche

Jornalista

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