Lideranças indígenas, incluindo os caciques da reserva Marrecas, no município de Turvo, participam nesta segunda feira (25) de uma reunião na Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), em Curitiba. A Secretaria é um órgão do Ministério da Saúde.
A unidade de Curitiba presta atendimento ao Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Litoral Sul, responsável por ações de saúde de cerca de 8,3 mil pessoas em 14 aldeias localizadas nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Somente na Marrecas vivem 120 famílias, o equivalente a 700 pessoas, das etnias guarani e caingangue, segundo informou o cacique Marcos dos Santos ao Portal RSN.
De acordo com Marcos, a reunião vai decidir quais providências serão tomadas contra a decisão anunciada no último dia 20, pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. As mudanças previstas mexem na estrutura da pasta. Uma das propostas prevê a extinção da Sesai, que passaria a atuar como um departamento, incorporando os serviços destinados às aldeias a uma nova Secretaria Nacional da Atenção Primária.
Paralelamente à reunião na tarde desta segunda (25), cerca de 200 índios estão concentrados no quilômetro 350 da BR-163, em Guaíra. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, eles interditaram também a ponte Ayrton Senna, sobre o rio Paraná, que liga as cidades de Guaíra e Mundo Novo, no Mato Grosso do Sul.
Segundo a PRF, os índios reivindicam a presença de jornalistas e do prefeito de Guaíra para iniciar um diálogo. Até que o pedido seja atendido, os manifestantes têm permitido apenas a passagem de ambulâncias.
Os indígenas sentem-se ameaçados com a nova proposta do Governo, já que a municipalização da saúde acaba com o atendimento que vem sendo feito pelos Distritos Sanitários Especiais Indígenas por profissionais e recursos específicos. O Portal RSN tentou contato com a Fundação Nacional do Índio (Funai), em Brasília, e também com a Sesai, em Curitiba. Porém, sem retorno.