22/08/2023
Cotidiano Guarapuava Região

Justiça confirma Araupel como dona legítima das áreas Pousada e Fazendinha

Áreas da Araupel em Quedas do Iguaçu estavam sendo pleiteadas pelo Incra e AGU

araupel

Complexo industrial da Araupel em Quedas do Iguaçu (Foto: Ascom)

A Justiça Federal reconheceu a Araupel como a legítima proprietária das áreas Pousada (Projeto 4) e Fazendinha. Ambas estão situadas na Fazenda Rio das Cobras, em Quedas do Iguaçu, no Centro-Oeste do Paraná. A decisão da 2ª Vara Federal de Cascavel foi publicada nessa segunda (19).

De acordo com a empresa, a sentença decorre de ação civil pública de autoria do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Advocacia Geral da União (AGU).

Os órgãos questionavam a validade do título dominial de uma área de aproximadamente 10 mil hectares, que foi invadida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em 2014.

Portanto, a decisão judicial é favorável à Araupel, em detrimento do Incra e da AGU. Esses órgãos pleiteavam que as propriedades eram da União. Porém, no texto, a juíza julga como “improcedentes” os pedidos dos autores da ação.

Localizada no município de Quedas do Iguaçu, a cerca de 175 quilômetros de Guarapuava, o imóvel Rio das Cobras possui 24 mil hectares. Porém, a primeira de uma série de  invasões pelo MST foi em 2003. Assim, outras áreas da empresa também foram ocupadas.

De acordo com o histórico da Araupel, ao longo desse período, é grande a incidência de crimes contra a fauna e a flora nativas, depredações e roubo de florestas plantadas. Além disso, funcionários da empresa foram frequentemente impedidos de acessar a matéria prima destinada à industrialização.

Entretanto, a expectativa da empresa é de que a partir da confirmação da titularidade da área, a reintegração de posse seja cumprida.

A EMPRESA

Com sede em Quedas do Iguaçu, desde 1972, a Araupel é ‘peso-pesado’ na economia do município.  Assim, é a responsável por cerca de 60% da movimentação econômica da cidade.

Responsável por 1.532 empregos diretos, dos quais 836 em Quedas do Iguaçu, a empresa possui um complexo industrial de 43 mil m² de área construída.

De acordo com a Araupel, o local compreende serraria, estufas, manufatura, depósito de estocagem de produtos e outras instalações. São resultados de melhorias constantes, o que inclui a preparação e treinamento de colaboradores.

Entretanto, a empresa convive também com o outro ‘lado da moeda’. Em 2018 a empresa fechou o setor de silvicultura, com a demissão de 147 trabalhadores. Conforme a empresa, invasores impediam a entrada para o plantio de mudas.

Além disso, colaboradores, familiares, terceirizados vivem em insegurança pública e jurídica. Essa situação também afetou a economia do município. Conforme disse a empresa, a operação florestal está interrompida desde 2015. As atividades de plantio estão paradas.

Além desses prejuízos, a empresa denuncia roubo de madeira, desde 2014. Portanto, já são 120 mil toneladas de Araucária e 65 mil toneladas de Pinus.

O corte a foice de cerca de dois mil hectares de pinus jovem de 0 a cinco anos é outro agravante. Assim como a perda estimada de quatro mil hectares entre devastação e roubo. Isso equivale a um total de 15 mil hectares de florestas plantadas de pinus, araucária e eucalipto. Já a operação industrial sofreu redução da capacidade produtiva e no número de funcionários.

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Cristina Esteche

Jornalista

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