22/08/2023
Agronegócio Região

Juventude rural quer ficar na agricultura com mais oportunidades e valorização

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Thea Tavares

Irati – Reconhecimento, valorização e participação. Em documento aprovado ao final do Encontro sobre Juventude, ocorrido no último sábado (27) em Irati e promovido pelo projeto ATER Diversificação em parceria com diversas entidades e instituições que atuam em favor do desenvolvimento rural sustentável, mais de 600 jovens dos municípios da região Centro-Sul do Paraná reafirmaram a defesa do protagonismo da juventude na definição dos rumos do País, no fortalecimento da agricultura familiar e no combate aos retrocessos em curso com as reformas trabalhista e da Previdência.

A juventude representa 25% da população do Centro-Sul Paranaense e, assim como os jovens do meio urbano ou de outras regiões brasileiras, ela clama por oportunidades, por mais espaço, voz e vez na família e na sociedade. Essas lutas estão diretamente ligadas à solução de dilemas existentes hoje na produção de economia familiar: a permanência dos jovens nos municípios do interior, a sucessão na propriedade rural e a diversificação produtiva, que agrega inovação e incremento na renda das famílias no meio rural.

“Queremos ter o direito, a capacidade de escolher e o orgulho de permanecer na agricultura, continuando, muitas vezes de um jeito novo e diferente, a profissão e o trabalho dos nossos pais”, diz um dos trechos do documento. “Mas queremos também dizer que não vamos nos acomodar com a realidade que herdamos. Queremos mais. Queremos que seja ainda melhor… Melhores condições de vida, maior acesso a tudo o que representa cidadania e qualidade de vida. Se houver renda mais justa. Se houver mais respeito e maior valorização”, diz o texto.

Parte significativa das propriedades familiares rurais da região Centro-Sul são dependentes da integração produtiva com as grandes indústrias do ramo alimentício ou com as fumageiras. O tema da diversificação e a troca de experiências baseadas em iniciativas bem sucedidas dos grupos e associações da região impulsionam a juventude rural a projetar alternativas de viabilidade econômica e de autonomia.

 
NENHUM DIREITO A MENOS

Diz o manifesto dos jovens: “somos uma geração que aprendeu com nossos pais e nossos avós que a história se faz com a construção de oportunidades, que a história se faz com teimosia e a resistência às adversidades; que a história se faz com organização e luta”.

Acesso à terra, crédito fundiário, educação com qualidade, produção agroecológica e agroflorestal, assistência técnica e certificação também são algumas das demandas por políticas públicas apontadas pelos jovens do Centro-Sul do Paraná como essenciais para ampliar sua participação na comunidade e garantir a continuidade do segmento na atividade produtiva.

A juventude quer participar ativamente dos sindicatos e das organizações representativas da agricultura familiar, a partir, inclusive, da criação e do fortalecimento de coletivos ou comissões de juventude nessas entidades. A exemplo do coletivo de jovens de São João do Triunfo, organizado há três anos.

Veja a íntegra da “Carta Aberta da Juventude”, manifesto do 1º Encontro sobre Juventude na Região Centro-Sul do Paraná, ocorrido no dia 27 de maio de 2017, no campus da Unicentro de Irati.

 

Cristina Esteche

Jornalista

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