22/08/2023
Cotidiano

Kundun reserva 13 de Maio para luta contra intolerância religiosa

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Da redação – Da redação – A Companhia de Música e Dança Afro Kundun Balê reserva esta quinta-feira, 13 de maio, registrado na história como sendo a data da libertação da escravatura no Brasil para uma pesquisa sobre a intolerância religiosa. O tema será debatido e refletido no sábado (15) no Barracão Cultural do Kundun no Quilombo Paiol de Telha em Guarapuava.
"Sabemos que a abolição dos escravos no Brasil não passou de um acordo econômico e, principalmente, de uma farsa que jogou os negros na marginalidade. Já se passaram 122 anos desde a abolição e o negro continua sendo escravo, se não do preconceito racial e social, da sua auto-negação, da impossibilidade de expor a sua religião, uma vez que o candomblé e a umbanda continuam sendo práticas religiosas perseguidas e exploradas por outros segmentos religiosos que buscam crescer às suas custas", afirma Orlando Silva, coordenador do Kundun Balê.
A luta pela intolerância religiosa passa a ser uma bandeiras da companhia quilombola e trouxe a Guarapuava há cerca de 15 dias a yalorixá Jaciara Ribeiro, do Ilê Axé Abassá de Ogum, de Salvador (Bahia).
Jaciara é a ícone dessa luta que teve origem na morte de sua mãe, a yalorixá Gildásia Ribeiro dos Santos, a Mãe Gilda. Ele foi vítima da intolerância religiosa provocada pela Igreja Universal do Reino de Deus e morreu em decorrência dos ataques sofridos.
Jaciara é autora de uma ação judicial vitoriosa contra a igreja do Bispo Edir Macedo e viaja pelo Brasil pregando a luta contra esse tipo de intolerância. Uma das maiores conquistas foi o decreto assinado pelo Presidente Lula que institui o dia 21 de janeiro, data da morte de Mãe Gilda, como o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa e ao Racimo.
Jaciara consegui desencadear um movimento ecumênico em nível nacional. No Paraná, o Kundun Balê é o primeiro a aderir à luta.

Cristina Esteche

Jornalista

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