22/08/2023
Segurança

Mãe de grávida morta por PMs lidera protesto pedindo justiça

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Familiares e amigos da jovem Regiane Barreto Machowiski, 18 anos, assassinada por policiais militares no dia 22 de outubro de 2011, em Guarapuava, protestaram durante passeata realizada na tarde desta segunda-feira (28). Cartazes, faixas e gritos pediam justiça. A passeata saiu às 13h50 do Bairro Santana, da casa da mãe da vítima e seguiu até o centro da cidade, passando pelas principais ruas até chegar à Praça 9 de Dezembro. Cerca de 40 pessoas aderiram ao protesto.

De acordo com Naura Lucia Barreto, mãe de Regiane, ela e um grupo de amigas suas e de Regiane organizaram o protesto. "Desde o momento que enterrei minha filha não tive mais respostas" desabafou Naura.

 

O CASO

Regiane estava grávida de cinco meses e foi morta com um tiro na cabeça. Ela e o esposo Jonatan Barbosa Ribeiro, 20 anos, tinham acabado de deixar Naura em casa e saíram para ir fazer um lanche. O crime aconteceu às 22h20 de sábado (22) quando a equipe policial realizava patrulhamento de rotina no Bairro Santana em Guarapuava. Segundo o relato da PM, os policiais viram veículo em atitude suspeita e ao ver a viatura o motorista fugiu, mas foi perseguido pela equipe por várias ruas do bairro Santana. No cruzamento entre a Rua Pitangueiras com a Rua Coqueiros, Jonatan, segundo a polícia, perdeu o controle do veiculo e quase bateu na grade de uma residência. Quando os policiais perceberam que o motorista não teria mais como continuar fugindo três desceram da viatura.

“ O condutor realizou uma manobra brusca marcha à ré, com o intuito de atropelar os policiais. Neste instante os policiais efetuaram disparos contra o pneu do veículo”, diz a PM. De acordo com a Polícia Militar, após a tentativa frustrada de atropelar os policiais Jonatan apontou uma arma de fogo em direção à equipe. Um dos policiais viu a arma e atirou furando pneus do veículo. O motorista foi detido e quando a equipe foi vistoriar o carro viu que havia uma passageira. Equipes do Siate e do Samu foram chamadas, mas Regiane já tinha morrido.

A polícia diz que dentro do veículo foi encontrado um revólver calibre 38 com cinco munições intactas, uma deflagrada e numeração raspada. Jonatan contesta as informações da polícia e diz que não possuía arma, apenas estava sem habilitação.

De acordo com o 1º. Tenente Juliano Borges, da assessoria de Comunicação Social da PM, três armas foram recolhidas pela Polícia Militar e encaminhadas para a perícia para saber de qual delas foi efetuado o disparo que matou a jovem. Os três policiais envolvidos no caso foram encaminhados para avaliação psicológica.

 

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Cristina Esteche

Jornalista

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