terça-feira, 25 de mar. de 2025
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Mães relatam falta de apoio para crianças autistas nas escolas de Guarapuava

De acordo com as mães, o problema impede com que as crianças se desenvolvam. Secretaria de Educação nega falta de profissionais

(Foto: Reprodução/Freepik)

Um grupo de mães de crianças autistas denuncia a falta de profissionais de apoio nas escolas municipais de Guarapuava. De acordo com elas, após a troca de gestão municipal, “mudou tudo”.

Uma das mães relata que o filho, estudante da Escola Municipal Dom Bosco, recebeu acompanhamento adequado no ano passado e teve um avanço significativo na alfabetização. No entanto, neste ano, o suporte foi retirado, comprometendo o aprendizado e a rotina da criança.

“No ano passado, meu filho teve um apoio desde o primeiro dia de aula. O desenvolvimento dele foi maravilhoso, e hoje ele já está alfabetizado. Agora, com a mudança na gestão, tiraram esse suporte. Já fomos à Secretaria de Educação e nos deram um prazo até o dia 17, mas até agora nada foi resolvido.”

Outra mãe explicou que, apesar de reuniões com a direção da escola e com a Secretaria de Educação, o problema persiste. Segundo ela, a diretora da escola chegou a assinar contratos para a contratação de auxiliares, mas até o momento, nenhuma delas se apresentou para assumir a função, o que mantém as crianças sem o suporte necessário.

Os relatos indicam que a situação afeta diversas escolas municipais, não apenas a Dom Bosco. As professoras precisam se desdobrar para dar conta das demandas. “Isso acaba prejudicando as crianças, porque elas precisam desse suporte não só na parte pedagógica, mas também para ir ao banheiro, se alimentar e se comunicar.”

Ainda de acordo com o grupo, a justificativa repassada pela Secretaria de Educação é de que não há profissionais disponíveis.

“Algumas crianças estão indo para a escola apenas para brincar, pois não há acompanhamento pedagógico.”

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO NEGA FALTA DE ACOMPANHAMENTO

A secretária de Educação de Guarapuava, Rosana Aparecida Schwartz, afirmou que todos os alunos autistas de nível 3 contam com suporte, conforme prevê a legislação. Segundo ela, não há falta de profissionais para atender as crianças, e a equipe é composta por estagiários e professores.

Sobre a contratação de novos profissionais, Rosana explicou que 50 candidatos foram chamados por meio do Processo Seletivo Simplificado (PSS), mas apenas 17 assumiram os cargos. Um novo chamamento foi realizado, e a Secretaria aguarda a adesão dos convocados. “Não há como forçar ninguém a assumir a vaga. E não temos um concurso aberto no momento.”

As mães aguardam uma solução até segunda (24). Caso o problema não seja resolvido, pretendem acionar o Ministério Público.

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Thiago de Oliveira

Jornalista

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