22/08/2023
Cotidiano Guarapuava Saúde

Mães organizam abaixo-assinado por pediatras em unidades de saúde

De acordo com as mães, o atendimento vem sendo feito por clínico geral. No entanto, a preocupação é com a falta de atendimento especializado

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De acordo com as mães, o atendimento vem sendo feito por clínico geral. No entanto, a preocupação é com a falta de atendimento especializado (Foto: Secom/Prefeitura de Guarapuava)

Uma petição organizada por mães tem como endereço a Prefeitura de Guarapuava. Idealizada por um grupo, o documento coleta adesões num abaixo-assinado, que já conta com mais de mil assinaturas. O pedido é para a contratação de médicos pediatras nas Unidades de Pronto-Atendimento (Upa’s) e nos postos de saúde (Ubs’s).

De acordo com as mães, o atendimento vem sendo feito por clínico geral. A falta de atendimento especializado, no entanto, preocupa. Conforme a petição, essa reclamação é recorrente em grupos de WhatsApp, a exemplo do ‘Mamães Babonas’.

“Desta forma criamos um movimento com esse abaixo-assinado de mães, pais, avós e avôs, e todas as pessoas preocupadas com a saúde de nossas crianças”. Elas cobram também a implantação do Pronto Atendimento Infantil 24 Horas (PAI). Essa unidade, no entanto, trata-se de um tema proposto pelo ex-prefeito Cesar Silvestri Filho durante a primeira campanha eleitoral em 2012.

O MOVIMENTO

A organização de mães em busca de atendimento pediátrico em Guarapuava ganhou corpo com a morte de uma bebê de um ano na Upa do Batel no último dia 19. Conforme o pai, Lucas Capote, a menina morreu porque não havia vaga em hospitais da cidade. As internações, conforme protocolo do Estado, dependem de vagas determinadas pela Central de Regulação de Leitos. Essa central pertence à Secretaria de Estado da Saúde.

Entretanto, esse fato provocou a reação de outras mães. A Viviane dos Santos Alves é mãe de uma menina de quatro anos e ficou sem atendimento na Upa. “Na primeira vez que não consegui atendimento com pediatra plantonista, ela estava com vômito e recebeu atendimento por um clínico geral. Ele a medicou “errado”. Da última vez, liguei em todas as Upas para saber se em alguma unidade tinha algum pediatra de plantão, mas não tinha nenhum”.

Já a Deborah Izidoro Camargo, tem três filhos pequenos e quando um fica doente, ela precisa enfrentar horas para ser atendida. “Na maioria dos casos, a espera é longa, as crianças ficam a mercê de pegar outras doenças já que estão com outros pacientes. A última vez estava lotado, cheguei às 15h sai era as 21h. E quando você não consegue o pediatra nem pagando e se obriga a consultar com clínico geral, alguns profissionais não sabem prescrever corretamente a medicação pra criança”.

Nas redes sociais, as denúncias não param e a população relata o descaso dos profissionais e a falta de empatia com os pais. Em um dos comentários, uma mãe contou que estava no mesmo dia em que a Sofia Capote morreu na Upa do Batel e recebeu um atendimento que colocou a saúde do filho em risco.

(Foto: Reprodução/Facebook)

SECRETÁRIO DE SAÚDE ESCLARECE

Para tratar desse e de outros assuntos que envolvem a saúde pública municipal, o secretário Jonilson Pires, concede entrevista às 15h desta sexta (29) ao Portal RSN. A conversa com o secretário será transmitida pelas redes sociais do RSN.

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Cristina Esteche

Jornalista

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