22/08/2023


Geral

Médico diz que, se sobreviver, Schumacher não será mais o mesmo

Especialista em lesões cerebrais do Hospital Universitário de Londres, o Dr. Richard Greenwood opinou sobre o quadro clínico do heptacampeão Michael Schumacher, que está em coma induzido desde que sofreu um grave acidente de esqui, após bater a cabeça em uma pedra em Méribel, na França, no dia 29 de dezembro do ano passado. A entrevista publicada pelo jornal britânico “The Times”, no entanto, não traz boas notícias para os fãs do maior campeão da história da Fórmula 1.

Se Schumacher sobreviver, ele não será mais Schumacher. Ele será um Joe Bloggs (nomenclatura utilizada no Reino Unido para designar uma pessoa indeterminada, semelhante à expressão “Zé Ninguém” adotada no Brasil). Sua reabilitação só será eficaz se ele aceitar essa nova realidade. É um processo muito difícil para as pessoas. Elas precisam aprender a conviver com suas limitações, com o fato de que elas mudaram, declarou o Dr. Greenwood.

De acordo com a imprensa alemã, Michael Schumacher será submetido a novos exames no Centro Hospitalar Universitário de Grenoble, França, onde está internado há três semanas. O quadro do alemão segue crítico, porém estável, e os médicos querem avaliar quais regiões do cérebro foram danificadas e quais permanecem funcionais. Entretanto, o hospital não informou quando os testes serão realizados.

Nos últimos dias, os fãs convivem com a falta de informações oficiais divulgadas pela assessoria do ex-piloto. Atualizações sobre o quadro de saúde de Schumi poderão levar dias, semanas ou até meses, segundo a imprensa estrangeira. Apesar de os médicos que cuidam do caso terem conseguido controlar o inchaço no cérebro, o risco de complicações, como hemorragia e infecções, continua grande, como explica o Dr. Gary Hartstein, médico-chefe da F-1 entre 2005 e 2012.

Cuidar de pacientes gravemente feridos na cabeça envolve a adesão rigorosa a alguns princípios. Basicamente, o cérebro precisa receber constantemente a quantidade adequada de oxigênio e nutrientes. O futuro de Schumacher? Uma longa, longa estrada. Meses, pelo menos. A curto prazo, o anestésico que é administrado a ele deverá ser atenuado quando a pressão intracraniana ficar normal e estável. Esse é o próximo grande passo – explicou Hartstein, em entrevista à revista inglesa “Autosport”.

Recordista de títulos da F-1, Schumacher completou 45 anos no último dia 3 de janeiro. Na semana passada, a polícia francesa divulgou as primeiras conclusões da investigação do acidente de esqui. O procurador Patrick Quincy, responsável pelo caso, evitou falar em imprudência por parte de Schumi, e disse que ele esquiava em uma velocidade razoável.

 

Fonte: G1

Cristina Esteche

Jornalista

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