22/08/2023
Cotidiano

Ministério da Saúde divulga número de pessoas vacinadas contra H1N1

Da redação – A vacinação contra a gripe H1N1 saltou 57,4% desde sexta-feira (9), e atingiu a marca de 20 milhões de pessoas imunizadas, segundo balanço parcial do Ministério da Saúde. O número passou de 12.971.885 para 20.416.331, entre as 9h de sexta-feira e as 18h desta segunda-feira (12). Com 75,3% de cobertura, a imunização de crianças de 6 meses a menores de 2 anos está próxima de atingir a meta de 80%, enquanto que a de profissionais de saúde superou os 97%. O Ministério da Saúde alerta, no entanto, que a cobertura de vacinação de grávidas (48,7%) e doentes crônicos com menos de 60 anos (44,2%) ainda está abaixo do esperado.
Os números revelam o impacto positivo do “Dia Nacional de Vacinação contra a Gripe H1N1”, promovido pelo Ministério da Saúde, estados e municípios, no último sábado (10/4). Os 36 mil postos de vacinação em todo o país abriram para atender às pessoas que ainda não tinham se imunizado. “Foi uma iniciativa extremamente positiva. Em dois dias, o número de pessoas vacinadas no sistema de informações cresceu em mais de 7 milhões. Isso mostra o comprometimento e o esforço de toda a sociedade brasileira, incluindo profissionais de saúde e pessoas que devem se vacinar”, avalia o ministro José Gomes Temporão.
As 20,4 milhões de pessoas vacinadas, até o momento, representam uma cobertura de 34,8% em relação ao público-alvo das três primeiras etapas (58.695.070 pessoas). A vacinação de adultos de 20 a 29 anos tem, até o momento, cobertura de 20,2%. É importante ressaltar que se trata do maior público de todas as etapas (35,1 milhões de pessoas) e que a vacinação desse grupo segue até 23 de abril. Neste mesmo dia, termina a imunização de grávidas, doentes crônicos e crianças.
É preciso reforçar a importância da vacinação desses quatro grupos, que concentraram 90% dos casos de doença respiratória grave e mortes em 2009. Dos 2.051 óbitos registrados no ano passado, 1.539 (75%) ocorreram em pessoas com doenças crônicas. Entre as grávidas (189 morreram, ao todo), a mortalidade foi 50% maior que na população geral. Adultos de 20 a 29 anos concentraram 20% dos óbitos (416, no total). E as crianças menores de dois anos tiveram a maior taxa de incidência da doença no ano passado (154 casos por 100 mil habitantes).
Em 2010, até o dia 3 de abril, foram registrados 361 casos de pessoas internadas com doença respiratória grave em todo o país. Mais da metade (56,2%) ocorreu na região Norte (203 casos). No mesmo período, houve 50 óbitos, nos estados do Pará (25), Paraná (8), Amazonas (6), Amapá (2), Maranhão (2), Minas Gerais (2), Goiás (1), Piauí (1), Ceará (1), Paraíba (1) e São Paulo (1). Entre as mortes ocorridas este ano, 16 foram em grávidas.

AVALIAÇÕES REGIONAIS – Paraná, Maranhão, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais e Santa Catarina são as unidades da federação que, até as 18h desta segunda-feira, tinham as mais altas coberturas vacinais, considerando os públicos-alvo das três primeiras etapas. Em relação à cobertura vacinal das crianças de 6 meses a menores de 2 anos, nove estados já tinham atingido a meta de imunizar pelo menos 80% desse grupo: Goiás, Maranhão, Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina, Sergipe, Distrito Federal, Espírito Santo e São Paulo.
“A vacina é absolutamente segura e eficaz. Os efeitos adversos, que são raros, se manifestam de forma leve, como dor no local da aplicação, dor de cabeça, febre e cansaço. Para as pessoas que fazem parte do grupo prioritário, o perigo não é tomar a vacina, mas correr o risco de pegar a gripe”, alerta o ministro José Gomes Temporão. Ele lembrou que a segurança da vacina é evidenciada pelos 97,4% de cobertura entre os trabalhadores dos serviços de saúde – um dos públicos da primeira etapa, juntamente com os indígenas, que têm cobertura de 61,9%, até o momento.
Temporão também alertou para a circulação de boatos sobre a segurança da vacina, principalmente na internet. “Informações desse tipo são um disparate e revelam profunda ignorância. A população deve confiar no seu médico e nas autoridades de saúde, não em qualquer texto, escrito não se sabe por quem, que circula na rede mundial de computadores”.

ESTRATÉGIA DE CONSENSO– A estratégia de vacinação contra a influenza pandêmica foi dividida em cinco etapas, para públicos específicos (veja cronograma abaixo). Os grupos prioritários são aqueles que têm o maior risco de desenvolver formas graves da doença e de morrer. Eles foram definidos pelo Ministério da Saúde em consenso com sociedades científicas, entidades de classe e representantes de estados e municípios.
Os critérios para definição dos grupos prioritários levaram em conta as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), os dados epidemiológicos observados na primeira onda da pandemia no Brasil e a experiência dos países do Hemisfério Norte.
A OMS recomendou a imunização de quatro grupos: trabalhadores de serviços de saúde, indígenas, gestantes e pessoas com doenças crônicas. O governo brasileiro ampliou a vacinação para outros três grupos: crianças de seis meses a menos de dois anos e adultos de 20 a 29 anos e de 30 a 39 anos.
Ao todo o Ministério da Saúde adquiriu 113 milhões de doses para vacinar 91 milhões de pessoas contra gripe pandêmica. A meta é imunizar pelo menos 80% desse público-alvo.

SERVIÇO:

1. GRÁVIDAS – Todas as grávidas, independentemente do período de gestação, devem tomar a vacina. As mulheres que engravidarem após o fim da terceira etapa poderão se imunizar nas fases seguintes. Não é necessário apresentar atestado médico para comprovar a gravidez.

2. CRIANÇAS – Na vacinação das crianças de 6 meses a menores de 2 anos, pais e responsáveis devem levar aos locais de imunização apenas os bebês de seis meses a menores de dois anos. É muito importante levar o cartão de vacinação das crianças. Elas receberão uma dose dividida em duas vezes. A segunda meia dose será administrada 30 dias após a primeira. Se a criança completar seis meses depois de 23 de abril, também poderá ser vacinada nas etapas seguintes.

3. DOENTES CRÔNICOS – Em relação aos doentes crônicos, devem procurar os postos de vacinação pessoas com menos de 60 anos que têm problemas crônicos de coração, pulmão, rins, fígado, diabéticos, pacientes em tratamento para aids e câncer ou os chamados grandes obesos (veja lista abaixo). Aqueles que serão vacinados devem levar aos postos um documento de identidade com foto e a carteira de vacinação do adulto, se possuírem. Também não é preciso levar atestado médico comprovando a doença crônica.

DOENÇAS CRÔNICAS PARA VACINAÇÃO

Os pacientes devem consultar o médico antes de tomar a vacina para esclarecer dúvidas e receber orientações

• Pessoas com grande obesidade (Grau III), incluídas atualmente nos seguintes parâmetros:
– crianças com idade igual ou maior que 10 anos com índice de massa corporal (IMC) igual ou maior que 25;
– criança e adolescente com idade maior de 10 anos e menor de 18 anos com IMC igual ou maior que 35;
– adolescentes e adultos com idade igual ou maior que 18 anos, com IMC maior de 40.

• Indivíduos com doença respiratória crônica desde a infância (ex: fibrose cística, displasia broncopulmonar)
• Indivíduos asmáticos (portadores das formas graves, conforme definições do protocolo da Sociedade Brasileira de Pneumologia)
• Indivíduos com doença neuromuscular com comprometimento da função respiratória (ex: distrofia neuromuscular)
• Pessoas com imunodepressão por uso de medicação ou relacionada às doenças crônicas
• Pessoas com diabetes
• Pessoas com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e outras doenças respiratórias crônicas com insuficiência respiratória crônica (ex: fibrose pulmonar, sequelas de tuberculose, pneumoconioses)
• Pessoas com doença hepática: atresia biliar, cirrose, hepatite crônica com alteração da função hepática e/ou terapêutica antiviral
• Pessoas com doença renal: insuficiência renal crônica, principalmente em doentes em diálise
• Pessoas com doença hematológica: hemoglobinopatias
• Pessoas com terapêutica contínua com salicilatos, especialmente indivíduos com idade igual ou menor que 18 anos (ex: doença reumática auto-imune, doença de Kawasaki)
• Pessoas portadoras da síndrome clínica de insuficiência cardíaca
• Pessoas portadoras de cardiopatia estrutural com repercussão clínica e/ou hemodinâmica:
– Hipertensão arterial pulmonar
– Valvulopatia

• Pessoas com cardiopatia isquêmica com disfunção ventricular (fração de ejeção do ventrículo esquerdo [FEVE] menor do que 0.40)
• Pessoa com cardiopatia hipertensiva com disfunção ventricular ([FEVE] menor do que 0.40)
• Pessoa com cardiopatias congênitas cianóticas
• Pessoas com cardiopatias congênitas acianóticas, não corrigidas cirurgicamente ou por intervenção percutânea
• Pessoas com miocardiopatias (Dilatada, Hipertrófica ou Restritiva)
• Pessoas com pericardiopatias

4. IDOSOS – Os idosos com doenças crônicas devem aguardar, pois terão um “Dia D” exclusivo para eles. Será em 24 de abril, quando começa a Campanha Nacional de Vacinação do Idoso contra a gripe comum, que vai até 7 de maio. Nesse período, todas as pessoas com mais de 60 anos serão imunizadas contra a gripe comum, como acontece todos os anos. Se tiverem doenças crônicas, serão vacinadas também contra a gripe pandêmica. Assim, o idoso só precisará ir ao local de vacinação uma única vez.

5. ADULTOS DE 30 A 39 ANOS – A quinta e última etapa de vacinação, para adultos de 30 a 39 anos, será de 10 a 21 de maio. O público-alvo é de 29,1 milhões. Esta faixa etária concentrou 15% dos casos de doença respiratória grave e 22% dos óbitos causados pelo vírus H1N1 em 2009.

Cristina Esteche

Jornalista

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