O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, decidiu pedir demissão do cargo. A notificação ocorreu pelo próprio chanceler a seus subordinados e publicado no Portal O Globo no início da tarde desta segunda (29). Segundo fontes do Planalto, o chanceler e o presidente terão mais uma reunião às 17h. Ernesto disse a Bolsonaro que não quer ser um problema ao governo. Dessa maneira, a expectativa de integrantes do governo gira em torno de que a saída do Araújo seja oficializada ainda hoje (29).
Ainda de acordo com as informações do Portal O Globo, com a saída de Araújo, o Palácio do Planalto gostaria de nomear outro diplomata para o cargo. Assim, os nomes mais cotados são o de Nestor Forster, que representa o Brasil nos Estados Unidos, e Luis Fernando Serra, que está na França.
Dessa maneira, o embaixador do Brasil em Washington (EUA), Nestor Forster, também é uma opção que que terá dificuldades de ser aceito pelo parlamento. Isso porque, o diplomata segue alinhado a Araújo e próximo do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Forster também é próximo ao guru da direita Olavo de Carvalho, mas é considerado mais competente e hábil que o atual chanceler.
Além disso, auxiliares também sugeriram a Bolsonaro considerar o embaixador Carlos Alberto Franco França, atual assessor-chefe da Presidência. Antes de assumir esta função no final de ano passado, ele era o chefe do cerimonial do Palácio do Planalto e se tornou um dos auxiliares de confiança do presidente.
OPÇÕES
Já o secretário especial de Assuntos Estratégicos, o almirante Flávio Rocha, é visto como uma alternativa remota. Embora tenha bom trânsito entre embaixadores, o fato de ser um militar desagrada. Rocha também assumiu neste mês o comando da Secretaria Especial de Comunicação (Secom).
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, agrada tanto parlamentares quanto embaixadores, mas ela reafirmou diversas vezes que não tem interesse em mudar de pasta. Entre os políticos circulam os nomes do ex-presidente e senador Fernando Collor (PROS-AL) e do senador Nelsinho Trad (PSD-MS).
Araújo vinha sendo questionado pelo Congresso. Na semana passada, o presidente da Câmara, Artur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, pressionaram o presidente Jair Boldonaro a demitir o chanceler. Lira chegou a dizer que Araújo perdeu a capacidade de dialogar com países. Para o Centrão, o ministro impõe obstáculos à compra de vacinas da China e da Índia.
Neste domingo, Araújo chegou a declarar que a pressão do Congresso ocorria por interesses relacionados à tecnologia 5G e não por causa das vacinas contra a Covid-19. A senadora Kátia Abreu (PP-TO), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, reagiu à declaração do ministro dizendo, em nota, que o Brasil não poderia mais ter mais “a face de um marginal” e voltou a pressionar pela saída do ministro.
*Com informações do Portal O Globo.
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