Moradores da sede do Distrito do Guairacá, em Guarapuava, têm vivido dias de apreensão diante da presença constante de uma matilha de cães de rua. Conforme moradores, perto de 20 animais circulam pelas ruas da comunidade, especialmente em frente e no pátio da escola local.
De acordo com vários áudios encaminhados ao Portal RSN, a situação, que já resultou em acidentes, ferimentos e até mortes de animais de criação, preocupa a população. A Associação de Moradores, presidida pela agricultora Mara Eli da Silva, cobra uma resposta urgente do poder público.
Na madrugada desta quinta (29), uma novilha amanheceu morta após ataque de um grupo de cães. O corpo do animal possui marcas evidentes de mordidas, confirmando o que os moradores já temiam.
Os ataques caninos estão se tornando cada vez mais agressivos e perigosos, afetando não apenas as pessoas, mas também os animais da Região e causando prejuízos.
Um dos casos mais graves envolvendo humanos ocorreu recentemente, envolvendo o ataque a uma funcionária. Na tentativa de se defender, ela caiu e fraturou o braço em três partes, de acordo com a Associação. Além disso, trabalhadores que se utilizam de motos como meio de transporte, relatam o risco constante de acidentes provocados pelos cães.
Mulheres que trabalham à noite pedem auxílio dos maridos para voltar para casa e relatam a necessidade de carregar pedaços de madeira para se proteger dos animais. Uma moradora foi atacada ao sair de casa para buscar leite para o filho.
É muito perigoso. Ninguém consegue mais sair tranquilo na rua, principalmente à noite. Já tivemos vários sustos.
A presidente da Associação afirma que a situação é insustentável. “Estamos clamando por ajuda. Não dá mais para viver assim, com medo de ataques a qualquer momento”.
De acordo com Mara, na noite de quarta (28) uma fêmea pariu nove filhotes numa casinha em frente a cozinha da escola. A diretora, professora Beatriz, não quis se pronunciar sobre o problema.

Cadela pariu nove filhotes na noite de quarta (Foto: divulgação de moradores)
CANIL SUPERLOTADO
Em contato com o Canil Municipal, Mara recebeu a resposta de que não é possível recolher os cães do distrito devido à superlotação. De acordo com o secretário do Meio Ambiente, Heraldo Lima, atualmente o canil abriga 283 animais. Ele informou que enviará uma equipe ao distrito para avaliar a situação.
Entre as medidas emergenciais, o secretário sugeriu que uma das alternativas seria que pessoas deixassem de alimentar os animais. O que, conforme o secretário, seria uma atitude drástica. “Quando são alimentados contribui para que os cães permaneçam na Região.”
Ele anunciou também a implantação de um projeto de castração em médio prazo, com a meta inicial de 4,5 mil procedimentos. A ação será repetida semestralmente, como parte de uma política de controle populacional de cães e gatos. O Canil Municipal também vai ser reformado.
No momento, estamos há apenas 50 dias na gestão da secretaria. Herdamos uma situação muito difícil da administração anterior, mas vamos tomar providências para que o problema seja resolvido.
No entanto, conforme o secretário, isso também depende da conscientização da comunidade para não abandonar animais nas ruas.
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