Cotidiano Em Alta Guarapuava

Morre a ‘prenda’ Marilise Michelini, ativista da cultura gaúcha

Marilise domava cavalos e era campeã de laço junto com a filha Tuane. A cultura tradicionalista de Guarapuava perde uma entusiasta

Por Cristina Esteche
22/11/2023

No começo desta quarta (22), a cultura tradicionalista perdeu uma das prendas mais atuantes. Às 0h35, morreu Marilise Michelini aos 57 anos. Domadora de cavalos, campeã de laço ao lado da filha Tuane, Marilise lutava contra um câncer generalizado. Em 2020 ela chegou a comemorar num rodeio a vitória sobre a doença. Sobre o galope de um cavalo ela retornou às pistas e levantou um título inédito: foi campeã das provas no ‘Fogo de Chão’. Em outra, ela e a filha Tuane, pela primeira vez, em dupla, conquistaram um novo título.

Em entrevista concedida ao Portal RSN na época, ela contou que nesse dia foi surpreendida por uma homenagem. Antes dela entrar na arena, cerca de 350 ‘amazonas’ galoparam e se postaram lado a lado. “Elas formaram duas alas e o locutor Alan Diego contou a minha história. Depois fizeram uma oração de mãos dadas. E eu entrei galopando, chorando de emoção e fiz a minha primeira armada”.

(Foto: Lizi Dalenogari)

De acordo com Marilise, em seguida as ‘amazonas’ galoparam atrás. “Foi muito emocionante. Não consegui conter as lágrimas. E quando voltei à pista fiz outras quatro armadas e fui a campeã”. Gaúcha de nascimento, mas guarapuavana de coração, Marilise nunca teve receio de enfrentar qualquer peleia. Foi ativista da cultura tradicionalista, defensora da presença da mulher nesse meio e entusiasta da ‘Semana Farroupilha’.

Ela também promoveu cavalgadas religiosas com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, de quem foi devota até os momentos finais da vida. A festa da Igrejinha de São Sebastião, no Rocio, tinha em Marilise uma das organizadoras. Casada com Sebastião Haeffner, ela deixa as filhas Kaona, Tuane e Gabriel, dois netos e dois genros. O velório ocorre na Capela Mortuária do Batel até 16h30. Em seguida, segue para cremação.