22/08/2023


Cotidiano Guarapuava

Movimentos pedem que Câmara apure caso de agressão de vereador a ex-namorada

Mulheres compareceram à sessão da Câmara de Guarapuava na manhã desta segunda (1). Vereadoras também exigiram posicionamento

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Participação ocorreu na sessão desta manhã (1) (Foto: Movimento Tod@s por Tod@s)

Integrantes de movimentos sociais feministas de Guarapuava compareceram à sessão da Câmara de Vereadores de Guarapuava, na manhã desta segunda feira (1). A presença deve-se ao fato ocorrido durante a madrugada do último sábado (29), onde uma briga entre o vereador Samuel da Silva Pinto (PPS), conhecido popularmente como Samuca, e uma ex-namorada, acabou virando caso de polícia. Segundo o boletim de ocorrência registrado, a jovem foi agredida pelo vereador.

Entenda o caso
Briga entre ex-namorados acaba na polícia, em Guarapuava

Na sessão de hoje, mulheres que integram diversos movimentos feministas guarapuavanos acompanharam as discussões da Casa munidas de cartazes com frases de luta pelo fim da violência contra a mulher. De acordo com a advogada Ana Cristiane Moreles, integrante do Movimento Tod@s por Tod@s, o intuito da forte presença feminina foi solicitar a investigação dos fatos.

Fomos pressionar a mesa para a tomada de uma providência sobre o ocorrido. Não julgamos, respeitamos as normas da Casa, apenas representamos os movimentos feministas de Guarapuava que pedem a apuração dos fatos e que, em caso de prova de conduta violenta contra a mulher, que as medidas cabíveis sejam tomadas.

Ao longo da sessão, houve manifestação por parte de alguns vereadores. As mulheres da casa, vereadoras Maria José Ribas (PSDB) e Professora Terezinha (PT), repudiaram a prática de atos de violência contra mulheres e, em uso da palavra, solicitaram que a Câmara apure o caso.

“Esperamos que a mesa executiva desta casa de lei possa tomar as medidas cabíveis para que o fato seja investigado. Para que todas as medidas necessárias para que a investigação e o esclarecimento seja trazido à tona e que, se precisar, que se tome as medidas cabíveis do nosso regimento, da nossa lei orgânica e de tudo aquilo que nós, enquanto legisladores, entendermos que seja procedente”, declarou Maria José.

Parte do boletim circula nas redes sociais. Algumas informações, como o nome da vítima, foram borradas (Foto: Reprodução)

Também solicitando investigação, Terezinha classificou a situação como revoltante.

“Muito me indigna, me revolta, que nós do legislativo, tenhamos que tratar de um caso de violência contra a mulher, que segundo o que é divulgado nas rede sociais e na imprensa, houve por parte do vereador Samuel. Pedir, dizer, reforçar mais uma vez, que a mesa diretora, que a presidência, tome as devidas providencias para que esta violência seja investigada, que sejam tomadas todas as providencias aqui dentro para que a gente não passe mais por esta vergonha, de um membro do poder legislativo se envolva neste tipo de comportamento e aí cabe a mesa diretiva tomar as devidas providências. Nós defendemos há muitos anos a dignidade da vida das mulheres, o nosso direito de viver em paz, sem violência, sem ameaça, sem medo.  Quero deixar meu repúdio a este fato”.

Vereador Samuca (Foto: Reprodução)

Na mesma sessão, o vereador Élcio José Melhém (PP) manifestou, em sua declaração na Câmara, que o fato seja representado, por escrito, com denúncia por parte da vítima, para que, a partir de então, seja apurado, lançando dúvidas sobre ocorrências ou fatos levantados em redes sociais.

“É também da própria Câmara Municipal de Guarapuava a vontade de esclarecer a verdade dos fatos, mas para tanto, é necessário que primeiro que a vítima perante a autoridade policial e depois a esta casa, para que, então, a câmara como um todo, possa se posicionar, através do conselho de ética. O que não se pode, a meu juízo, é já se ter o que corre nas rede sociais, como verdade dos fatos. Há que se ter no devido processo legal, o contraditório. Eu tenho absoluta certeza, que a partir do momento em que esta casa receber qualquer representação por escrito, com documentos da própria vítima se dará andamento a este questionamento”.

A partir da manifestação realizada, a decisão agora está nas mãos do presidente da Casa, o vereador João Napoleão (PROS), já que deve partir dele a formalização de um pedido de investigação. De acordo com a advogada e integrante do movimento Tod@s por Tod@s, não há um prazo para que esse procedimento ocorra.

“Nós seguiremos acompanhando e reivindicando uma apuração dos fatos. Caso o pedido entre em pauta, nós devemos nos organizar novamente para acompanhar a sessão e o processo de investigação do fato”, declarou Ana.

Cristina Esteche

Jornalista

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