22/08/2023
Paraná Política

Na sessão da Alep, deputados estaduais saem em defesa da democracia

Deputados Luiz Claudio Romanelli, Hussein Bakri, Tadeu Veneri e Subtenente Everton usaram a tribuna na sessão desta quarta (1°)

romanelli

Um dos deputados, Luiz Claudio Romanelli (Foto: Alep)

A sessão da Assembleia Legislativa do Paraná, nesta quarta (1°), foi marcada por pronunciamentos em defesa da democracia. Este é o primeiro dia da Semana da Pátria. Conforme a Alep, usaram a tribuna, deputados de diferentes correntes políticas.

Assim, um deles, Luiz Claudio Romanelli (PSB), fez um alerta, citando um artigo do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. Intitulado “Intervenção armada: crime inafiançável e imprescritível”, foi publicado no jornal Folha de São Paulo na edição de domingo (29).

De acordo com Romanelli, o texto é didático e o ministro faz uma “sagaz analogia com o imperador romano Júlio Cesar e a icônica passagem dele pelo rio Rubicão, transpondo os limites de suas tropas em batalha para tomar o poder. Um alerta claro dado pelo magistrado para civis e militares sobre as consequências de um ato infame”.

Conforme o parlamentar, a democracia brasileira foi duramente reconquistada há apenas 35 anos.

E com ela [democracia], nossos direitos por meio de uma enorme mobilização popular, da qual tive a honra de participar ativamente, ganhando as ruas, mobilizando instituições, derrotamos o autoritarismo. Eu vejo com tristeza e com preocupação os últimos acontecimentos. Os ataques contra o sistema eleitoral, contra os direitos universais e contra as liberdades fundamentais.

Romanelli rechaçou o que chamou de afrontas ao Estado de Direito, de cidadãos que pretendem, segundo ele, transformar o Brasil em uma República de Terceira Classe. Para ele, retomar o voto impresso, por exemplo, seria um retrocesso. “Uma volta ao coronelismo, presente na República Velha”.

Projetos de poder não podem e não vão prevalecer com ameaças. A resposta para quem quer dar meia volta à trajetória democrática do nosso país deve ser na mesma intensidade, conforme prevê a Constituição. Mas o que mais me assusta nisso tudo é que estamos debatendo arroubos golpistas, enquanto a população brasileira sofre com a volta da inflação, com a fome, a miséria, com o desemprego e com as consequências e a tragédia provocadas pela pandemia.

De acordo com  o deputado, o Brasil precisa de paz neste 7 de Setembro. “Paz para unir as diferentes correntes políticas; paz para voltar a se desenvolver, para retomar os empregos; para o homem do campo e o da cidade. Para as famílias brasileiras e para construir um projeto de país. Isso é democracia”.

Líder da base governista, Hussein Bakri (Foto: Alep)

O líder do Governo, deputado Hussein Bakri (PSD) também usou parte do tempo na Tribuna para reafirmar a importância da democracia. Disse que, em toda a sua trajetória política nunca imaginou que fosse assistir a um quadro político como o atual.

Eu confesso que estou com medo, preocupado com as consequências de uma ruptura institucional neste país, que eu não vivi, mas que sei pelo que nos contam os que viveram naqueles tempos sombrios e de muitas dificuldades. Observamos um radicalismo exacerbado nesses tempos estranhos. Espero que possamos passar por esse momento difícil conseguindo manter a nossa democracia. Com ela, pode ser difícil, mas sem ela, sem dúvida, será muito pior.

O deputado Subtenente Everton (PSL) foi à tribuna fardado. Ele  disse que “queria dar uma resposta à sociedade que o elegeu para o mandato”. Conforme o parlamentar, pregando o respeito às autoridades, a liberdade e defendendo o papel das Forças Armadas.

Os verdadeiros inimigos da Pátria não usam farda, nem fuzil. A Pátria é maior que qualquer ideologia, político ou instituição. Chega da ideologia de todos contra todos.

Líder da oposição, Tadeu Veneri (Foto: Arquivo/RSN)

O líder do PT, Tadeu Veneri destacou que, com base na fala do colega de Parlamento, “já se prevê o que vem pela frente nos atos do 7 de Setembro”. Ele criticou o Governo Federal, que, segundo ele, vive de conflitos desde que assumiu.

Governa no conflito permanente. Sua base não aceita outro argumento que não seja o confronto, a radicalização. Mas eu asseguro: não haverá ruptura. As Assembleias não serão fechadas. As Câmaras são serão fechadas, para a tristeza daqueles que esperam por isso. Haverá sim um triste fim para esse governo.

7 DE SETEMBRO

Grupos prós e contrários ao Governo Federal se articulam para promover manifestações em todo o país na terça (7). Entre as pautas, criticas às instituições de um lado e defesa da democracia de outro.

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Cristina Esteche

Jornalista

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