22/08/2023
Guarapuava

Nem a Zombie Walk sobrevive!

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Guarapuava é mesmo estranha. Não sei o que acontece. Mas tudo o que começa, acaba tendo um fim. Não que esse deixa de ser o ciclo normal, mas para a reflexão que faço, não deveria ser assim. Deveria nascer, se desenvolver, ficar grande, forte e permanecer por gerações e gerações. Foi assim com as Cavalhadas, com a Festa das Nações, com os festivais de música e não me canso de repetir, tamanha é a minha indignação, com a Festa da Vodka, criada pelo grupo polonês Serce Polski e que crescia a cada realização. Mas aí, como tudo o que acontece em Gorpa City, quiseram politizar a festa, chamar para a Secretaria de Turismo na gestão do ex-prefeito Fernando Carli, e o que aconteceu? Relegaram o Serce Polski ao segundo plano e a festa morreu. Isso é para citar alguns exemplos. E o que não morre, vai até um certo ponto e depois começa a definhar. Esse é o caso da Paixão na Praça da Fé.

Mas hoje, especialmente, lendo matérias nacionais, lembrei do Zombie Walk, quando um grupo considerável de jovens, inspirados na cultura americana, davam asas à imaginação e colocam talentos de pinturas corporais à tona para vestirem-se e pintaram parte do corpo como zumbis. São adeptos da cultura nerd/geek, elementos da vertente pop, que são estampados em danças, peças de teatro, filmes de cinema, histórias em quadrinhos, séries de TV, músicas e muito mais.

São os emblemáticos mortos-vivos que, de acordo com a ficção, aquela que vemos em filmes de terror, cedo ou tarde, poderão estar entre nós.

Ou será que já estão? Depende da interpretação que se dê a esses zumbis. No meu entendimento, muitos se proliferam a cada dia que passa, mortos para a ética, para honestidade, para o bem comum. Mas que continuam mais vivos do que nunca em meio a maldade, às falcatruas, às armações malévolas, ao interesse individual e mesquinho, às calúnias. Se arrastam como zumbis em meio ao lodo do poder espúrio, até que um dia, verão que estão perdendo a vida, deixando-a escorrer pelos vãos dos dedos, manchados pelo sangue da corrupção. E quanto ao Zombie Walk, será que nem esse segmento pop sobreviveu em Guarapuava? Não vi nenhuma manifestação nesse sentido e olha que os adeptos existem e são muitos. Vou torcer para que eles, cada um do seu canto se sobreponham aos mortos vivos que andam por aí, que vivem como morcegos sugando até a última gota para engordar suas panças que já estão prestes a explodir, ou como pulgas, mas que são esmagadas pelos dedos de que mestá sendo sugado.

Por isso, sou muito mais os zumbis das caminhadas pacíficas que se espelham numa cultura importada, mas que não fazem mal a ninguém.

 

Cristina Esteche

Jornalista

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