O lançamento da ‘Biotrigo Weis’, a primeira variedade de trigo desenvolvida no Brasil para fabricação de malte, deixa marca no Fórum Nacional de Trigo 2023. O encontro começou na terça (25) e termina nesta quinta (27), em Guarapuava. Paralelamente, está ocorrendo a 16ª Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale (RCBPTT). A nova cultivar nasceu da parceria entre a Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (Fapa) e a Biotrigo Genética.
De acordo com especialistas, a cultivar atende requisitos da indústria cervejeira. Ou seja, possui alta produtividade, baixa suscetibilidade a acamamento e doenças. Além de baixa proteína e bom potencial germinativo. Conforme a organização, cerca de 600 pessoas de diferentes Regiões do Brasil debateram a qualidade do trigo brasileiro comparada à de países vizinhos.
Além disso, debateram a contribuição da triticultura no cenário da agropecuária brasileira. Segundo o secretário de Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, a ciência e a inovação podem elevar a presença do agro brasileiro no mercado mundial. Ortigara defendeu que o Brasil evoluiu significativamente na capacidade de produzir alimentos e fibras. Conforme ele, grande parte desse resultado se explica pelo conhecimento aplicado.
Somos um país com presença forte em cerca de 40 cadeias no mundo. Temos a possibilidade concreta de continuar nos desenvolvendo, de tornar o principal negócio do Brasil gigante no comércio mundial, com políticas agrícolas e pegada firme na ciência e na inovação.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o ciclo 2022/2023 deve somar 317,6 milhões de toneladas de grãos no Brasil. Este é maior volume já produzido. Ortigara destacou que, daqui a 10 safras, a produção pode atingir 390 milhões de toneladas. “Estamos ganhando em produtividade e existe espaço para o crescimento do trigo”.
A produção recorde de trigo no País, de 10,6 milhões de toneladas, colaborou para a redução das importações do cereal. Conforme os dados, no primeiro semestre de 2023, o Brasil importou 2,1 milhões de toneladas. Isso equivale e 35% menos do que as 3,2 milhões de toneladas importadas no primeiro semestre de 2022. São dados do Ministério da Agricultura e Pecuária analisados no Boletim Agropecuário do Departamento de Economia Rural (Deral).
EXPORTAÇÃO
O Brasil exportou 2,1 milhões de toneladas de trigo no primeiro semestre, terceiro maior volume já comercializado nesse período. “O que foi feito nos últimos anos sinaliza que nós, além de conquistarmos a tão sonhada autossuficiência, também podemos ser jogadores no mercado mundial”.
Juntos, o Paraná e o Rio Grande do Sul produzem 90% do trigo brasileiro, de acordo com Ortigara. No ciclo 2022/2023, o Paraná pode ter produção recorde. Conforme o Deral, a safra de trigo no Estado está estimada em 4,6 milhões de toneladas, 30% mais que na safra passada.
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