22/08/2023
Guarapuava

Novo filme de Kéfera Buchmann é dirigido pelo guarapuavano Gil Baroni

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Jonas Laskouski com crítica de Sérgio Rizzo, do jornal O Globo

Guarapuava – A produção paranaense O Amor de Catarina, que está em cartaz nos cinemas brasileiros, (mas não em Guarapuava e nem deve vir), leva a assinatura do guarapuavano Gil Baroni. Sim, ele é o diretor do longa independente rodado em 2014 e que traz no elenco a youtuber curitibana Kéfera Buchmann. Mesmo esse repórter sendo amigo e já tendo trabalhado com Gil Baroni, não tivemos acesso ao filme para podermos fazer uma crítica mais honesta. Conversei com ele agorinha pouco via Facebook e perguntei sobre como ele estava recebendo as críticas do filme e a resposta não poderia ser mais positiva.

"Super bem!", disse Gil. "Quando você coloca um filme nos cinemas (com o espaço que ele está recebendo) é natural receber um panorama de comentários."

Na verdade, quando li as críticas nos jornais de grande circulação (Folha de S. Paulo, O Globo, Zero Hora) e também nos principais sites de cinema, fica evidente que a maioria delas são disparadas para Kéfera, que neste longa nada lembra o estereótipo conhecido dos internautas através do seu canal de vídeo no YouTube.

Gil continua. "O filme é para todo mundo, mas nem todo mundo é para o filme. É uma produção que tem várias camadas de compreensão, porque é um filme que fala sobre amor, mas não é uma história de amor. É um filme que fala sobre o desapego das coisas, por ser rodado com poucos recursos, o filme teve que ser inventivo, criativo! E as soluções que encontramos as vezes assuntam as pessoas. Provocação é sempre bom! Ninguém sai ileso ao filme, e isso é ótimo."

Das críticas lidas aqui e e ali, ficamos com a do jornal carioca O Globo. 

CRÍTICA

"Depois da comédia de fantasia É Fada!, a meteórica carreira multimídia da youtuber, atriz, escritora e empresária Kéfera Buchmann tem outra parada no cinema com o drama O Amor de Catarina. Desta vez, no entanto, o destaque dado a seu nome pela campanha de lançamento do filme, ao sugerir que ela é novamente a estrela, comete uma injustiça com quem mais carrega o piano: a atriz Greice Barros (foto abaixo), atuante no teatro do Paraná, inclusive como produtora, e integrante da CiaSenhas de Teatro.


 

Com uma expressão majoritariamente triste e sofrida que lembra heroínas do neorrealismo italiano, Greice interpreta uma mulher mal-amada pelo marido (Luiz Bertazzo) e maltratada pela filha adolescente (Tiphany Schepanski). Uma das poucas recompensas de seu pálido cotidiano, compartilhada com a melhor amiga (Ciliane Vendruscolo), é acompanhar uma telenovela popular, “O Amor de Catarina”, cuja heroína (feita por Kéfera) admira. A sequência em que a personagem de Greice solta uma risada gostosamente descontrolada e expressiva, perto do final, é de longe o momento mais autêntico do filme.

Essas duas histórias paralelas — a da protagonista que vive um processo de redescoberta e a da personagem da telenovela, que a todos salva graças ao amor — são costuradas de maneira esquemática, sem que se perceba ao certo até onde vai a ironia e até onde se leva tudo a sério, em um cenário teatral que rouba a atenção: no lugar dos ambientes naturalistas que correspondem ao padrão, a direção de arte propõe um espaço que procura manter um pé no realismo e ao mesmo tempo ser um tanto simbólico. Do diretor, produtor e roteirista Gil Baroni (dos documentários Brasil Santo – Retratos da fé e Horizonte de Eventos, e também do curta Terra Incógnita, filmado em Guarapuava com o mito Ary Fontoura), O Amor de Catarina lida bem com os meios técnicos de realização, mas não demonstra a mesma segurança com a dramaturgia – uma ironia curiosa para um filme que adota como matéria-prima justamente a presença da dramaturgia na vida de telespectadores."

Apesar dos esforços, nós, os guarapuavanos conterrâneos de Gil Baroni, não veremos o filme tão cedo. Fica o drops do trailer:

 

 

 

Cristina Esteche

Jornalista

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