Tão logo o secretário de Educação do Paraná, Renato Feder teve o seu nome divulgado como o novo ministro da Educação, as alas ‘olavistas’ e evangélica trataram de ‘puxar o tapete’. Assim, Feder deixa o ministério antes mesmo de ter assumido. O nome do secretário foi divulgado pela imprensa nacional.
Entretanto, nesse sábado (4), o presidente Jair Bolsonaro disse a parlamentares que Renato Feder “está fora”. Isso porque a pressão, que também ganhou as redes sociais, só expôs mais uma vez, desencontros das ideias de Feder com o núcleo ideológico do Governo. Assim, o secretário de Educação do Paraná, foi lembrado por ser autor de um livro, escrito há 15 anos, que defendia, entre outras coisas, a liberação de drogas, a extinção do MEC, a privatização do ensino, começando pelas universidades.
Também foi ‘crucificado’ por ter financiado parte da campanha de João Doria (PSDB) à prefeitura de São Paulo em 2016. Doria é hoje um dos principais desafetos de Jair Bolsonaro.
FEDER DISSE QUE RECUSOU
Entretanto, neste domingo (5), Renato Feder usou o seu perfil no Facebook para se contrapor aos ataques. Primeiro, ele disse que recusou o convite feito pelo presidente.”Recebi na noite da última quinta uma ligação do presidente Jair Bolsonaro me convidando para ser ministro da Educação. Fiquei muito honrado com o convite, que coroa o bom trabalho feito por 90 mil profissionais da Educação do Paraná. Agradeço ao presidente Jair Bolsonaro, por quem tenho grande apreço, mas declino do convite recebido. Sigo com o projeto no Paraná, desejo sorte ao presidente e uma boa gestão no Ministério da Educação”, escreveu em seu Facebook.
Porém, depois ele se defende dos ataques recebidos, listando um a um.
O QUE ELE ESCREVEU
“1. Desde janeiro de 2019, tenho me dedicado a melhorar a educação pública do Paraná, como secretário estadual de Educação, junto ao governador Ratinho Junior. Sou graduado em Administração pela FGV e mestre em economia pela USP. Em 2003, assumi a Multilaser com 150 colaboradores e hoje ela tem cerca de 3.000 funcionários, tornando-se uma das trezentas maiores empresas do Brasil. Em 2018, saí da operação da empresa para me dedicar à educação pública. Paralelo a isso, trabalho com educação há 20 anos, como professor de matemática, economia e diretor de escola filantrópica.
2. Não sou vinculado a qualquer instituição educacional privada e a nenhuma ONG.
3. É falso que tenha havido divulgação de livros com ideologia de gênero no Paraná. Não existe nenhum material com esse conteúdo aprovado ou distribuído pela Secretaria.
SEM FILIAÇÃO PARTIDÁRIA
4. Não sou, nem nunca fui filiado a partido político, mas respeito à política como instituição legítima de discussão e resolução das questões da sociedade.
5. Sou a favor de uma educação que coloca alunos e professores no centro do processo. Um ensino que foca no aprendizado, no domínio da matemática, português e demais disciplinas.
6. Graças às professoras e aos professores do Paraná, e com o sólido trabalho do nosso governador Ratinho Junior, estamos implantando o maior programa de tecnologia educacional do País. Nossos alunos continuam aprendendo com qualidade, e não perderam nenhum único dia de aula durante a pandemia da Covid-19. Agora, em julho, iniciamos também oferta de aulas de programação de computador.
“MAIS EXPERIENTE”
7. Escrevi um livro quando tinha 26 anos de idade. Hoje, mais maduro e experiente, mudei de opinião sobre as ideias contidas nele. Acredito que todos podem e devem evoluir em relação ao que pensavam na juventude. Gostaria de ser avaliado pelo que eu penso e faço hoje, como um gestor público, ao invés de um livro escrito quinze anos atrás.
8. Tenho convicção de que a minha missão de vida é ajudar na educação do nosso país, sinto-me feliz fazendo esse trabalho e podendo devolver ao Brasil um pouco das bênçãos que recebi na vida. Sou grato a equipe de profissionais excelentes que me apoiam no dia a dia e às famílias que confiam a nós seus filhos. Neste ano, em plena pandemia da covid-19, batemos recorde de inscrição no Enem e mais 10.000 famílias transferiram seus filhos do ensino privado para o público no Paraná. Não existe melhor prova do que isso de que estamos em um bom caminho.
Renato Feder
Secretário de Estado da Educação do Paraná”
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