22/08/2023




Guarapuava Saúde

Número de doações de órgãos ainda é pequeno, em Guarapuava

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Da Redação

Guarapuava  –  Uma equipe do Instituto Virmond e estagiárias do cursos de Enfermagem da Faculdade Guairacá ocupam parte do Calçadão da XV de Novembro, no Centro de Guarapuava, nesta quarta (27), para conscientizar as pessoas sobre a importância da doação de órgãos. No Paraná, duas mil pessoas aguardam na fila dos transplantes.  No Brasil, esse número sobe para  mais de 33 mil pessoas.

Em Guarapuava, para conseguir adesão, o Instituto Virmond, desde 2014, mantém um conselho composto por médico, enfermeiros, assistente social e psicóloga que acolhem familiares do paciente terminal, informando sobre o diagnóstico. “Quando o médico comunica o óbito, trabalhamos o luto da família, acolhemos a dor e a revolta e, posteriormente, de acordo, com cada família, abordamos a doação de órgãos”, disse a psicóloga Marielly Mendes de Moraes à RSN. Segundo a coordenadora da Comissão Intrahospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes, a enfermeira Jaqueline Kozalk, de 2016 até setembro de 2017, foram realizadas 50 captações de globos oculares e 10 doações após mortes encefálicas. Comparado ao número de óbitos registrados no Instituto, as doações ainda são muito poucas, disse a enfermeira. "Familiares ainda resistem", observa.

Durante as abordagens realizadas no Calçadão, em Frente a Praça 9 de Dezembro, é possível ver as diferentes reações das pessoas. “O preconceito e a falta de conhecimento ainda existem. Há pessoas que impedem a doação por causa da reencarnação e por outras questões religiosas, entre outros fatores”.

Segundo a psicóloga, atualmente, não basta mais a pessoa ser doadora em vida e constar na Carteira de Identidade. “A família precisa estar ciente e autorizar. Se um for contra, já dificulta a doação”.

Porém, a realidade está mudando. Segundo Marielly, campanhas midiáticas e dentro das próprias instituições de saúde, contribuem para que a resistência seja reduzida. Um exemplo regional é a demanda por transplante de córnea. “Até pouco tempo havia uma fila enorme, hoje está zerada”.

DIA NACIONAL

Anualmente, é comemorado o Dia Nacional de Doação de Órgãos (27 de setembro),  com o objetivo conscientizar cada vez mais a população sobre esse ato que pode salvar vidas. No Brasil, existem mais de 33 mil pessoas que aguardam pela doação de um órgão. O país ocupa o segundo lugar do mundo em número de transplantes, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos.

 O Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), da ABTO ressalta também que em 2017 houve um aumento de 4,5% em doações em relação ao ano anterior. Os estados brasileiros que se destacam na doação de órgãos são: Santa Catarina, Paraná, Distrito Federal e Rio Grande do Sul.

 

Apesar de o Brasil ter o maior índice de aprovação do mundo à doação de órgãos e ser considerado referência mundial em transplantes – só fica atrás dos Estados Unidos -, o número de doações efetivas ainda é baixo em relação ao número de pessoas que aguardam em lista. Isso se dá por causa da recusa das famílias em autorizar a doação. Principalmente, porque a família não fica sabendo do desejo do parente de doar os órgãos e salvar vidas. Segundo dados, a cada dez pessoas abordadas, quatro se negam a doar os órgãos de seus familiares. Este é um dado nacional preocupante para quem espera por uma chance de viver mais e com qualidade de vida.

Cristina Esteche

Jornalista

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