22/08/2023


Guarapuava Política

“Nunca o Exército vai provocar qualquer situação de instabilidade”

Comandante do batalhão de Guarapuava se refere à declaração feita pelo general Villas Bôas, comandante do Exército Brasileiro

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Tenente-Coronel Ricardo Facó de Albuquerque (Foto: Divulgação)

A declaração feita pelo general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército Brasileiro, de que a Instituição “se mantém atenta às suas missões institucionais” causou polêmica e provocou diferentes interpretações, principalmente ontem, terça feira (3), véspera do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Se entre os generais a reação ganhou corpo e postagens de apoio a Villa Bôas, dando a entender que todos estão de prontidão em defesa do país, para outra parte do povo brasileiro, a declaração soou como ameaça de uma possível intervenção militar. Entretanto, em Guarapuava, o comandante do 26º Grupo de Artilharia e Campanha (GAC), o Tenente-Coronel Ricardo Facó de Albuquerque, disse ao Portal RSN que não cabe a ele comentar qualquer decisão do comando geral, mas assegurou que o General Villas Bôas apenas confirmou a missão do Exército Brasileiro prevista na Constituição Federal, que é “contribuir para a garantia da soberania nacional, dos poderes constitucionais, da lei e da ordem, salvaguardando os interesses nacionais e cooperando com o desenvolvimento nacional e o bem-estar social”. Para isso, é preciso preparar a Força Terrestre, mantendo-a em permanente estado de prontidão.

“Não tenho a menor dúvida de que o General Villas Bôas se referiu ao que está escrito na Constituição, que é manter a estabilidade e a legitimidade. Nunca o Exército vai provocar qualquer situação de instabilidade”, afirmou.

De acordo com o militar, qualquer outra interpretação é equivocada. “O Exército é uma ferramenta de garantia dos direitos constitucionais e da preservação da ordem”, disse. São princípios constitucionais as principais normas fundamentais de conduta de um indivíduo mediante às leis já impostas, além de exigências básicas ou fundamentos para tratar uma determinada situação e podem até ser classificados como a base do próprio Direito.

A opinião do militar é a mesma emitida pelo ministro da Segurança Nacional, Raul Jungmann, sobre a postagem de Villas Bôas no Twitter. “Quando ele [General Villas Bôas] lembra que o Exército brasileiro e as Forças Armadas estão atentas ao seu papel institucional, o papel institucional das Forças Armadas está definido na Constituição”, observa o ministro.

ENTRE GENERAIS

A reação maior após a declaração do General Villas Bôas, entretanto, foi entre os próprios generais, que em comentários em redes sociais acabaram despertando em parte do povo brasileiro o temor por uma intervenção militar.

“Tenho a espada ao lado e aguardo suas ordens”, postou o general Paulo Chagas, pré-candidato ao governo do Distrito Federal.

Já o general José Luiz Dias Freitas, Comandante Militar do Oeste, disse que o comandante do Exército, “mais uma vez expressa preocupações e anseios dos cidadãos brasileiros que vestem fardas”. Em resposta a esta postagem, o general Antonio Miotto, do Comando Militar do Sul, declarou estar firme e leal a Villas Bôas, “na mesma trincheira”. E continuou escrevendo: “Brasil acima de tudo!!! Aço!!!”

Cristiano Pinto Sampaio, general de Brigada, preferiu citar o escritor Gustavo Barroso, um dos fundadores da Ação Integralista Brasileira:”Todos nós passamos. O Brasil fica. Todos nós desaparecemos. O Brasil fica. O Brasil é eterno. E o Exército deve ser o guardião vigilante da eternidade do Brasil” e disse estar “sempre pronto”.

Cristina Esteche

Jornalista

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