22/08/2023


Cotidiano

O momento único de ver o filho vir ao mundo em casa

A decisão de dar à luz em casa num parto humanizado

PARTO

Mariane e o filho (Foto: Arquivo pessoal)

O momento é único de amor, de realização como mulher, de respeito, de presenciar o milagre da vida. São mulheres que se unem numa cumplicidade que só o universo feminino conhece. Uma gestante, uma enfermeira obstétrica, uma doula, estão no centro do nascimento de uma criança pelo método de parto natural e, principalmente, humanizado. No quarto do casal, o ambiente está preparado para receber uma nova vida, fruto do amor de um casal. Ao redor, as pessoas próximas que foram escolhidas para presenciar o momento mágico. O principal de tudo nesse ambiente é o respeito, principalmente, à vontade do novo ser de vir ao mundo.

Foi nesse ambiente que Mariane decidiu ter o seu primeiro filho, o Arthur. Decisão fácil? Nem tanto. “Desde que engravidei a minha decisão era ter uma cesariana eletiva. Eu tinha muito medo, e mesmo incentivada pela médica e por meu marido que deseja parto normal a minha decisão permanecia pela cesariana”.

Miriam num parto (Foto: Arquivo pessoal)

A gestação de Mariane tomou novo rumo quando ela conheceu a doula Miriam Baitel. “Ela me chamou para uma reunião de gestantes no seu ambiente de trabalho e lá mudei o meu pensamento e já com a ideia do parte natural”.

Mariane disse que adquiriu conhecimento, informações que mudaram a sua maneira de pensar.

“Dentro da minha fé acho que foi Deus que colocou a Miriam na minha vida. Foi maravilhoso e ali abri os olhos para o parto natural e humanizado. Como vou agendar uma data pra o meu filho nascer? Ali percebi a beleza, o amor envolvido no parto natural. O fato de ser na nossa casa, de estar no nosso lar, no nosso quatro, no nosso cantinho, rodeada das pessoas que gosto: meu marido, minha mãe, o nosso cachorro Elvis. Sem medo”, relata.

Segundo a mãe, a sua vontade e a do seu filho foram respeitadas. “O fato de parir com a nossa própria força é maravilhoso. Hoje sou uma mulher transformada. Quando peguei o meu filho no colo fiquei ali olhando pra ele pelo tempo que quis. Meu marido cortou o cordão umbilical. Foi maravilhoso”.

Cristiane e o momento de satisfação (Foto: arquivo pessoal)

E é justamente o primeiro olhar entre mãe e filho que seduz a enfermeira obstétrica Cristiane Kuster a cada parto que realiza. Ela é especializada na área pela Universidade Pontifícia Católica (PUC) desde 2012.

“Quando nasce uma criança presencio o milagre da vida e é um momento único e emocionante pelo fato de receber uma nova vida. É transformador, eu nunca saio igual depois que vejo o momento m que mãe e filho se olham pela primeira vez logo após o nascimento. Sempre falo que é por isso que estou aqui. Sou privilegiada por estar vivendo esse amor junto com a família”, diz.

Para Miriam Baitel o sentimento não é diferente. Para ela, ser doula é despir de tudo que se é e estar disponível para o que o mulher precisa naquele momento.

“É doação, é amor. É sentir muita emoção em cada nascimento, honrando aquele ser que nasce, a mãe que nasce e o pai que também acabou de nascer. Ter a oportunidade de renascer em cada parto. É lindo! O que vale muito também é o vínculo criado com cada família que acompanho”.

Cristina Esteche

Jornalista

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