22/08/2023
Blog da Cris Guarapuava

O mundo que espere!

Um manifesto pessoal sobre o direito de me desconectar em meio ao caos. Não é fuga, mas uma necessidade para a sobrevivência mental

Avião voando (Foto: Pinterest)

Abro o portal e escrevo novas notícias diariamente. Crimes, polêmicas políticas, preços que só aumentam e por aí vai. De repente, um novo ‘tarifaço. Ligo a TV: as mesmas polêmicas políticas de sempre, girando em círculos. A timeline do celular vibra com uma urgência que não é minha, com debates acalorados que só servem para minar a paz. O mundo lá fora grita, exige, consome.

E no meio desse ruído todo, uma voz interna, quase como um refrão do ‘Lulu Santos’ tocando na playlist da alma, começa a sussurrar e vai aumentando o volume:

“Garota, eu vou pra Califórnia…”

E sim, eu me dou esse direito.

A ‘garota’ para quem eu dou esse recado, hoje, é a própria avalanche de informações. É a ansiedade coletiva, as brigas que não me pertencem e nas quais tentam me incluir, o peso do mundo que insistem em colocar nos meus ombros. A ela, eu digo: com licença, mas preciso ir.

E a minha ‘Califórnia’? Ah, ela pode não ter as praias de Malibu ou o letreiro de Hollywood ou da Time Square, mas tem a paz que eu necessito. Minha Califórnia pode ser a serra aqui perto da minha morada, um mergulho na cachoeira, ou simplesmente o silêncio do meu quarto com um bom livro nas mãos. É a decisão de fechar o notebook na sexta e só reencontrá-lo na segunda de um mês qualquer. É “viver a vida sobre as ondas” da minha própria tranquilidade, nem que seja por um fim de semana, ou um mês.

AUTOPRESERVAÇÃO

Alguns podem chamar de alienação, mas eu chamo de autopreservação. Ninguém consegue ser um bom profissional, um bom amigo ou um cidadão atuante correndo com o tanque na reserva. Desconectar-se não é dar as costas para a realidade; é dar um passo para trás para conseguir encará-la de frente, com mais força e clareza, quando voltar.

Então, em meio ao tarifaço e às polêmicas, eu escolho fazer as malas. Não preciso de passaporte, só da coragem de apertar o pause. A coragem de dizer:

“Garota, o mundo que espere um pouco. Eu estou fechando pra balanço. Estou indo pra minha Califórnia.”

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Cristina Esteche

Jornalista

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