22/08/2023

O que pensar de jovens que tomam medicamento para anular efeito para bafômetro?

O que leva uma pessoa a buscar alternativas para burlar a lei e colocar a sua vida em risco e em dose dupla? Para fugir da lei seca, jovens estão usando um remédio indicado para tratamento de alcoolismo e alterações hepáticas: o metadoxil. O medicamento pode ser comprado em qualquer farmácia e sem indicação médica. Lançada no Brasil em agosto de 2008, seu princípio ativo é o pidolato de piridoxina, tipo de derivado da vitamina B6.
De acordo com a bula, a medicação “acelera o metabolismo do álcool, aumentando a sua eliminação”. Médicos consultados por este blog, alertam que medicamento não tem efeito comprovado e muito menos pode enganar o bafômetro. Além de colocar em risco a vida para poderem dirigir embriagados, os jovens que ingerem o metadoxil estão sujeitos a transtorno gástrico, erupção cutânea e, em caso de superdosagem, podem sofrer aumento da frequência respiratória e até convulsões.

Uma matéria mostrada pela Record News na manhã desta terça-feira (05) mostrou um grupo de jovens paulistanos ingerindo o medicamento, seguido por bebida alcoólica e fazendo o teste do bafômetro. E o pior de tudo isso: comemorando ao conquista do resultado almejado.

Outras alternativas para driblar a lei seca é o que não faltam. Basta pesquisar na Internet. Até coca-cola com gelo está sendo indicada para confundir o sistema. Tudo porque a nova legislação passou a determinar que é crime quem conduzir veículos com qualquer teor de álcool no organismo. A punição para quem não cumprir a lei é considerada gravíssima e prevê suspensão da carteira de habilitação por um ano, além de multa de R$ 955 e retenção do veículo.

Segundo a lei seca, a suspensão por um ano do direito de dirigir é feita a partir de 0,1 mg de álcool por litro de ar expelido no exame do bafômetro (ou 2 dg de álcool por litro de sangue). Acima de 0,3 mg/litro de álcool no ar expelido (ou 6 dg por litro de sangue), a punição inclui também a detenção do motorista (de seis meses a três anos). Pois é, mas o crime é afiançável e o valor pode chegar a R$ 1,2 mil.

Cristina Esteche

Jornalista

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