O número de pessoas ocupadas no Brasil subiu 1,6% entre o terceiro trimestre de 2017 e o mesmo período do ano passado. O que representa o acréscimo de 1,4 milhão de trabalhadores no País, totalizando 91,3 milhões de pessoas ocupadas, segundo o boletim Conjuntura da Saúde Complementar, do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). Contudo, o aumento não refletiu em um incremento no total de vínculos com planos de saúde coletivos empresariais, aqueles oferecidos pelas empresas aos seus colaboradores, que recuaram 0,7% no mesmo período.
O superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro, explica que o aumento do total de empregos não influenciou positivamente o total de beneficiários de planos de saúde de assistência médico-hospitalar, como o mercado esperava, pois este incremento foi puxado pelos empregos informais e trabalhos autônomos. “Considerando apenas o total de postos de trabalho com carteira assinada, houve uma redução de 2,8% no total de empregos entre o terceiro trimestre de 2017 e o mesmo período de 2016”, afirma.
Conforme o boletim, o total de trabalhadores informais aumentou 6,2% no período analisado. Já o de autônomos, avançou 4,8%. “Sem carteira assinada, trabalhando na informalidade ou de maneira autônoma, os profissionais não recebem benefícios como o plano de saúde médico-hospitalar ou odontológico das empresas onde atuam”, completa Carneiro.
O executivo destaca, ainda, que mesmo que o avanço da taxa de ocupação se concentrasse integralmente no mercado formal ainda seria cedo para falar em recuperação do setor de saúde suplementar. “Nos últimos anos, o setor perdeu mais de 3 milhões de beneficiários, 2 milhões apenas nos planos coletivos empresariais. Não há sinais econômicos que indiquem uma mudança de rumo em curto prazo, como uma expressiva retomada da criação de empregos formais no setor de comércio e serviços”, conclui.