22/08/2023
Cotidiano

Ocupação no Incra, adia vinda de ouvidor agrário

Da redação – A ocupação da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) nesta quarta-feira (12) em Curitiba adiou a vinda de dos ouvidores agrários do órgão, marcada para hoje.

De acordo com informações do Centro Missionário de Apoio ao Campesinato "Antonio Tavares" (Cempo), uma nova data será agendada para que um representante do Incra venha a Guarapuava tentar conversar com o prefeito Fernando Ribas Carli ou com um dos seus advogados.

A tentativa visa um acordo amigável no impasse gerado após o leilão judicial da área que pertenceu à empresa Elias J. Curi, na localidade de Rio das Pedras. Nessa área vivem 30 famílias de agricultores sem terra ligadas ao MST, há mais de três anos.

A parti de então, segundo o Cempo, o Incra está negociando com a Fazenda Nacional para que a área seja comprada e transformada em assentamento.

Apesar do problema fundiário, Carli arrematou a área em leilão no ano passado.

De acordo com o Cempo, em fevereiro deste ano, a juíza do trabalho Marieta Jesusa da Silva Arretche expediu mandado de emissão de posse da área a Carli, embora o Incra diga que as famílias qu estão na área não tenham sido notificadas sobre essa ordem

Embora venham acontecendo inúmeras tentativas de conversas por parte do Incra e do Cempo com o prefeito ou com sua assessoria jurídica nenhuma respostas está sendo obtida.

"Só queremos conversar com o prefeito para ver se ele negocia a área com o Incra e também para prevenir que as famílias que lá estão sejam retiradas com violência, como sempre acontece nesses casos, e que sejam comunicadas dessa reintegração de posse com antecedência. Mesmo assim, não estamos sendo atendidos", reclama Valéria Trediger, do Cempo.

Ainda conforme informações obtidas junto ao INCRA, a área teria sido adquirida por seu novo dono em leilão que ocorreu em 2009. Contudo, deve-se registrar que o imóvel em questão passa por conflito e discussões sobre sua posse junto aos órgãos competentes, o que impediria que a área fosse leiloada.
Outro fator que parece estar confuso no referido mandado é a localização do imóvel. Enquanto no documento fala-se em rodovia BR 227 KM 142, a área ocupada pelo MST está localizada entre os KM 331 e 333.
Além disso, dentro de aproximadamente um hectare da área leiloada existe um lixão a céu aberto, que durante muito tempo foi utilizado pelo município e hoje está desativado e até o presente momento não há notícias de que a prefeitura municipal tenha tomado alguma medida de proteção contra os impactos ambientais causados na área.

Cristina Esteche

Jornalista

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